Prefiro os tempos modernos

 

 

Adoro apertar o botão para acender meu fogão a gás, principalmente o forno. Para preparar minhas refeições, não preciso comprar lenha, nem chamar um homem para vir cortá-la à machadadas. Tampouco tenho o trabalho de arear panelas com o fundo preto de carvão. Nem aquelas sem vestígio algum de carvão. Já imaginaram fazer o sabão para esfregar as roupas no tanque? E depois estendê-las na grama para quarar? E finalmente engomar rendinhas de blusas, guardanapos, toalhas de linho, colarinhos e saiotes? Tudo com o pesado ferro de brasa...

 

Enquanto o café passa na cafeteira elétrica, me ocupo de outras coisas. E ele fica muito bom! Nada deve ao coador de meia, posso garantir, embora muita gente discorde. Mas fazer um bom café é capítulo à parte. Quase todos os dias penso em Louis Pasteur e agradeço a Deus por tê-lo iluminado. Não porque eu tenha trabalhado no Liceu com o nome dele, mas porque ele nos livrou da agonia de ferver o leite; sem falar no deusnosacuda se ele derramasse, o que em geral acontecia. E me livrou não só do cheiro de leite fervido, mas também da horrorosa nata.

 

Ao admirar os mais variados tipos de piso das nossas atuais casas, lembro-me dos taquinhos de madeira e sinto arrepios. Eram bonitos, sem dúvida, mas que trabalheira davam! ‘Alguém’ tinha que passar a palha de aço com o pé e depois ajoelhar-se para esfregar o pano cheio de cera pelo chão, arrastando a latinha. E a função não terminava aí, era preciso lustrar com o pesadíssimo escovão, posteriormente substituído pela enceradeira. Hoje qualquer um de nós dá conta do serviço com o pé nas costas, utilizando apenas o aspirador e, se quiser, um pano úmido.

 

Acho uma delícia tomar banho de chuveiro sem levar choque ou precisar entrar no box calçando chinelo de borracha. Assim como lavar meus cabelos com perfumados shampoos e deixar minha pele macia passando nela um bom creminho. Que tanto pode ser um Nívea de aveia e rosas, como Victoria´s Secret ou Lancôme.

 

E por falar em box, alguém se lembra das cortinas de plástico? E olhe que elas também pertencem aos tempos modernos...