TRAIÇÃO. O QUE RESTOU PARA O HOMEM?

A traição é filha da mentira, sem ela não pode viver no mundo das sombras. Pelo caminhar da humanidade vê-se que o homem trai a si mesmo na saga de recusar a igualdade celebrando o egoísmo em quase todas as atividades da sociedade.

O personalismo é imperativo, reporta a história, faz o jogo da disputa pela primazia. Não se trata de exercer a benevolência em gênero, mas de entender que a parcialidade organiza a desorganização.

Quando divido sem preservar o necessário para os outros componentes do grupo, e faço para satisfazer uma necessidade que não tenho, comprometo meu próprio acervo, pois o acúmulo retira da economia a circulação que irá oxigenar meu próprio monte.

Demonstra a afimação a crise econômica de 1929, a de 2008 e sua recorrência atual. É a demasia em acumular, como no avarento, decreta sua pena pessoal, a pior condição humana, pois pune a si mesmo, podendo usufruir.

A igualação das classes pelo comunismo, sem esclarecimento à sociedade como massa pensante do que se tratava, conhecimento só de intelectuais, buscaria se fosse possível protagonizar, a extinção do Estado pelo atingimento da realização do bem comum, princípio do sistema de governo anárquico, anarquia, ausência estatal por realizar esse sonho impossível. Se extinguiu no tempo pela idiotia da retirada da liberdade, bem maior humano. Foi mentira por trair.

Fica difícil para muitos compreender o sentido da universalidade, ou seja, que o muito não pode ficar nas mãos de poucos, sem prejuízo do todo. E nem o tudo pode ser dividido, mas separado de forma que não falte para muitos, e os de mais faculdade cognitiva, tenham mais posses sem comprometer a necessidade de todos.

São poucos os que têm descortino para distinguir particularidades sistêmicas. A sociedade é o maior sistema, e enfraquece quando o particular está incapacitado para visibilizar o plural. É como uma árvore enxergada sem que se veja a floresta.

Não se trata de pieguice, religiosidade, crença ou estamento ideológico o sentido da igualdade, ou ainda fundo ideológico sectário com a bipolaridade da guerra fria já terminada, felizmente em parte, mas de mera constatação da necessidade observada, sem os recursos de filosofia explicativa.

Assim, nas crenças, pura e legítima é a liberdade de todos, que não contrarie a ordem pública (mas algumas contrariam professando princípios definidos na lei como crime).

Cada um pode e deve assumir o que quiser, se assim deseja e pede seu pensamento, lisa e limpamente, com consciência, não implicando, também, em posicionamento discutível a questão de crer, descrer, espiritual ou ideologicamente, ou nem uma coisa nem outra, ou ainda negar o que não existe em objeto, exclusivo purismo dialético-investigativo. Dar corpo ao sujeito que se nega é negar e reconstituir a negação. O conceito de dialética fica ai inerente.

Inadmitir o objeto em que não se crê, negá-lo, mas discutí-lo, é um direito, embora filósofos como Kant e Hegel tenham disposto sobre a desvalia discursiva quando falta objeto. O núcleo da dialética do sujeito, se consolidou em Hegel: “… tudo decorre de entender e exprimir o verdadeiro [do objeto] não como substancia, mas também, precisamente, como sujeito”. Isso já ocorria em Kant, e por ele instaurado. O “eu penso” de Kant cursou a linha da apercepção do objeto ir de passivo de volta a ativo na consolidação de “como eu penso”. Trajetória descrita na seguinte citação: “A unidade sintética da consciência, (…) tem de estar submetida toda a intuição, para se tornar objeto para mim, porque de outra maneira e sem esta síntese o diverso não se uniria numa consciência”.

No dia da ressurreição, significativa na Cruz vazia, de onde pendeu o Maior Educador da Liberdade de escolha e da Igualdade, sem imagem religiosa de minha parte, mas certo que acima de tudo paira a LEI MORAL por Ele ditada, recorremos ao conhecimento, aquele que precisa de amor para ser encontrado, para alargar o primeiro estágio cerebral e chegar ao difícil patamar da compreensão.

Gênios conseguiram esse desiderato, e nos passaram, Leonardo da Vinci , um dos maiores observadores nascido nessse planeta,foi um deles.

“Os compendiadores de trabalhos prejudicam o conhecimento e o amor, porque o amor a qualquer coisa é produto do conhecimento, sendo o amor mais ardente QUANTO MAIS SEGURO É O CONHECIMENTO, e essa segurança brota de um perfeito conhecimento de todas as partes que , juntas, compõem o todo...DE FATO É A IMPACIÊNCIA, MÃE DA LOUCURA, QUE LOUVA A BREVIDADE”. Leonardo da Vinci; Escritos. Caixa alta nossa.

Falta amor ao conhecimento, a internet é a mãe dessa verdade. A brevidade é festejada.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
Código do texto: T3600928
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