DOR
DOR
Vamos falar de dor. Não! não quero falar de dor física, e sim aquela que golpeia fulminantemente nossos sentimentos.
É a dor d'alma, do espírito, é a dor da emoção no contraponto da razão, feito furacão, tornado, tsunami ou um predador alienígena, invade-nos, acusa, sentencia e executa o castigo, que nem sempre é letal, porém contínuo, doloroso, esse é o objetivo do flagelo da dor.
Mas de onde vem esse juiz implacável? Ah! eis a questão! Esse magistrado com requintes de crueldade vem de um lado sombrio da galáxia chamada Consciência.
O palco dessa guerra silenciosa situa-se nos confins dos neurônios. Os fantasmas do apocalipse reaparecem, abrem o portal da existência e na tela dos fatos a imagem surge plena, o ato falho cometido exposto sob luzes.
E a todo momento, a todo instante, perenemente os carrascos estarão ali lembrando, lembrando, lembrando, e o dedo acusatório circulará pela cabeça entre os complicados sistemas do cérebro, sempre lembrando, lembrando, lembrando, e essa lembrança martelará, martelará, martelará, até que a pena seja totalmente cumprida, ai estará livre. Mas quando termina? Bem, somente com a morte física.