Refletindo sobre a Nossa Páscoa
Feriadão prolongado. Que beleza! Ficar em casa sem fazer nada ou ir pra casa de praia? Peixe no coco ou peixe frito? Vinho tinto ou vinho branco? O que sai mais em conta: O ovo de chocolate ou a caixa? Esses são os questionamentos de milhares e milhares de pessoas que não fazem ideia do que seja Páscoa. Até sabem superficialmente do que se trata, mas não mergulham na profundeza do que ela realmente representa.
A festa que era exclusividade judaica, comemorando a libertação do cativeiro egípcio, ganhou um novo sentido para os seguidores do Cristianismo. A morte e ressurreição de Jesus, no qual acreditamos ser a garantia da salvação é agora a temática da Páscoa. Cristo é o nosso cordeiro pascoal imolado, oferecido a Deus em favor da humanidade degenerada. Essa é a nossa fé e também nossa esperança.
A maciça propaganda dos coelhinhos evidencia que a personagem central não é a do Filho de Deus, embora algumas encenações o coloquem como protagonista, tal como ocorre no Agreste Pernambucano em que atores globais chamam pra si a tietagem e a cena da crucificação é permeada pelos flach’s das câmeras fotográficas. Logo, logo veremos as postagens no facebook. É um espetáculo bem rentável.
Recentemente li uma obra de Mikhail Bakunin, anarquista russo do século XIX, no qual transcrevo a seguinte crítica: “No sentido ideal, o que há de mais sublime, de mais desinteressado, de mais desprendido em todos os interesses dessa Terra, do que a doutrina do Cristo pregada por essa Igreja? E o que há de mais brutalmente materialista que a prática constante dessa mesma Igreja, desde o século VIII, quando começou a constituir-se como poder? Qual foi e qual ainda é o objeto principal de todos os seus litígios contra os soberanos da Europa? Seus bens temporais, seus ganhos de início, e em seguida seu poder temporal, seus privilégios políticos.”
Pior de tudo é admitir que ele esteja com a razão. E pior ainda é saber que esse brutal materialismo não é apenas da Instituição ou do clero, pois se apossou também dos fiéis. Olha na rua e vê quantos meninos famintos, se entorpecendo para “enganar o estômago”. São muitos! Mas nas casas dos crentes serviram todo tipo de peixe, com os mais variados acompanhamentos. Com temor de que falte no prato, sequer dividem com o necessitado. Ousar multiplicar então? Nem pensar. Se sobrar algo coloca no lixo, quem quiser que cate...