VIDA NOVA
VIDA NOVA
Manhã de 2 de agosto de 2005, estou em uma importante reunião e sou interrompido por minha secretária, avisando-me que minha filha está na linha e precisa falar comigo urgente. Peço licença aos demais participantes e vou até minha sala para atender a ligação. Vou rápido e preocupado, pois sei que ela não ligaria e nem tampouco, pediria para interromper a reunião, se não fosse algo importante. Atendo a ligação com o coração aos pulos e ela rapidamente me diz:
Advinha pai!!
O que meu amor, o que aconteceu?
Quer saber mesmo?
Fala logo, estou muito ocupado e você não me interromperia a toa.
Pai, eu estou grávida!!!
Meu Deus.-- fico mudo por instantes que parecem horas.- Recupero-me e digo,que legal, de quanto tempo?
Um mês.
Ah!! Vamos comemorar no final de semana, estou tão feliz, você nem imagina!!
Tá bom então vovô.-Meus olhos enchem-se de água.
Tchau filha, até sexta e se cuida viu!
Um beijo pai.
Minha secretária me olha e diz:
Tá tudo bem?
Eu respondo com aquela cara de bobo, vou ser avô
Parabéns!!! que maravilha.
Você nem imagina como estou me sentindo.
A cara já está dizendo tudo, já tá babão.
Mas já?- e caímos na risada.
Volto para a reunião, mas não consigo mais me concentrar, torcendo para que acabe logo.
Chega a sexta e vou embora pra casa, fico a semana inteira fora, saio no domingo a tardinha e retorno na sexta a noite ou sábado pela manhã. Nessa sexta estou ansioso para chegar, mas antes passo num supermercado chamado Canguru, e compro uma garrafa de Fontana Fredda, um espumante italiano de boa qualidade, para podermos brindar em família, a grande notícia.
Depois de 2 horas e meia de viagem chego, e lá já estão todos me aguardando. Vejo minha pequena filha, ela é baixinha, e fico pensando, como terá um filho uma menina que parece tão frágil. Logo me vem a cabeça que de frágil ela não tem nada, é decidida, destemida e como todo baixinho, invocada que só.
Resolvemos fazer o brinde no dia seguinte, acompanhado de umas pizzas e assim acontece. Todos reunidos fazemos o brinde para comemorar um novo marco em nossas vidas, uma nova vida.
Eu já havia comunicado à empresa que me aposentaria no início de 2006, e agora com essa notícia, havia um reforço ainda maior para corroborar essa decisão. Fiquei pensando, como Deus era meu amigo, afinal tinha providenciado um presente especial, para essa nova etapa e de todos os que me cercavam.
Foram 5 longos meses, semana a semana, idas e vindas, presente mas ausente da gravidez da minha menina, até que chegou o dia 9 de janeiro de 2006, último dia de trabalho, na empresa, que me permitiu ser alguém, e também me fez fazer alguéns responsáveis e felizes.
Começa uma nova caminhada, agora alavancada por um novo ser que está para chegar e já provoca grandes mudanças na rotina. A atenção com a filha se desdobra, teve uma gravidez tranquila, sem sobressaltos, apoiada pela mãe que a acompanhava diuturnamente, evitando com sua experiência e dedicação, quaisquer contratempo ou transtorno.
Agora rapidamente passam janeiro e fevereiro, e no dia 17 de março, 3 dias antes do nascimento da mãe, surge para alegria, emoção, júbilo e quantos mais adjetivos quiser se acrescentar, Maria Luisa, pequenino anjo que, tal qual Maria, é idolatrada por todos que a cercam. Alias, queríamos que minha filha e meu genro colocassem um nome inciado com a letra A, mas a baixinha, invocada que só, resolveu quebrar a cartilha. Então, o avô Arnaldo, filho de Arnaldo e Angelina, casado com Angela, que teve Ana e André, sendo que Ana, casou com Alexandre e nós tentamos influenciá-la para Ana, Alessandra ou quem sabe Ana Luísa, teve que se render a sua opinião com a lapidar frase, a filha é minha e o nome quem dá sou eu. Pronto!! Alexandre disse amém.
De lá para cá, passaram-se 6 anos e a cada dia que passa, agradeço por tudo que aconteceu, desde seu nascimento até o presente momento. Trocar fraldas, fazer naninha, dar a maminha, levar pra escolinha, levar na praça, fazer graça, carregar no cavalinho, ler muitos livrinhos, assisti-la como oradora da turma na formatura do prézinho ( que emoção!!), enche-la de mimos e carinhos, e viver uma nova vida que se prenunciava como monótona e sem graça, se não fosse a dádiva de uma neta, que todos chamam de MALU.