O homem verdadeiro
O homem verdadeiro é como o “Drover” do Filme Austrália, em que Hugh Jackman interpreta tão bem. É o homem que não tem muita conversinha. É o homem que não se preocupa muito com as convenções sociais. É o homem, que em alguns momentos é ríspido, pois a vida é dura. E, em situações de dureza, não adianta ser fraco. Mas também é o homem que tem coração, que se condói com aquilo que a vida lhe exige e não menospreza as pessoas. Trata as crianças como pessoas que virarão adultos. Ou seja, trata os meninos como meninos; isto é, como crianças que não são exatamente crianças, mas como crianças que almejam crescer. Tratam as crianças com uma dose de infância, que não é infantil.
O homem verdadeiro é tudo menos bobo. Pode ser grosseiro, fechado, carrancudo, em alguns momentos, mas é alguém que carrega em si o peso de viver uma vida onde a tristeza não está fora. A tristeza do homem verdadeiro está com ele. Ela o acompanha. Muito antes de viver intensamente a vida, fazendo sorrisos sociais virarem disfarces, o homem verdadeiro é essencialmente verdadeiro. É verdadeiro com seus sentimentos; com sua alma! Ele não está preocupado em ficar cumprimentando a todos; o homem verdadeiro almeja sempre um amor. Não apenas uma mulher; não qualquer mulher. Não uma mulher distante dele, mas uma mulher perto. Uma mulher parecida; igual a ele.
O homem que é verdadeiro não conversa muito, mas sua fala tem bastante peso. Ele fala olhando nos olhos, e tem sempre o corpo duro. Este verdadeiro homem já sofreu na carne o sofrimento e tem no corpo a expressão disso. Sua alma é calejada porque seu corpo também o é. O seu sofrimento, na infância, ou o valor dado às coisas, se o homem verdadeiro nasceu em bom berço, lhe dirão que seu corpo é fraturado. E não há médico que conserte. Porque o corpo fraturado, que não é deficiente, ao contrário, é o do homem que tem na vida que viveu na infância o real sentimento de adulto.
O homem verdadeiro tem sua criança preservada. Não é bobo, de ficar em rodinhas de homens; não conversa e não solta piadas. Gosta, na verdade, é de ocupar sua mente com trabalho. Acorda cedo, de madrugada, se for um homem da roça, mas lá tem sua labuta. Seu trabalho é sua honra e pode não andar perfumado todos os dias, mas nas ocasiões especiais ele sabe se vestir. Não usa roupas extravagantes, porque dá valor em sua família e preserva seu nome. Sabe que tem que andar “normal”; não fala alto, não chama a atenção. O homem verdadeiro é sério, é duro, é discreto, é introspectivo, porque mais escuta do que fala; o homem verdadeiro é aquilo que todo homem deveria aprender: que não se deve desperdiçar a vida com frases tolas, ou momentos bobos.
O homem verdadeiro não chega em qualquer mulher. Ele prefere viver sozinho à ter que arriscar mudar o destino dos Deuses. O homem verdadeiro não é garanhão, mas acaba sendo conquistado por alguma mulher bonita. Pena que sua veracidade, também caminha junto com sua tristeza. E, assim, ele pouco se arrisca. Mas, não se arrisca, mas, ao menos, sabe que está vivendo verdadeiramente e, uma hora, ou outra, a mulher que ele deseja chega à sua porta. É a mulher que determina, se o quer ou não. Sua escolha é discreta, e chorosa, por isso, cabe às pessoas à sua volta lhe identificarem.
O homem verdadeiro é o verdadeiro homem porque não esconde seu sentimento, não almeja passar por cima dos outros; não quer ser melhor; não quer ficar rico; não quer ser o mais bonito, nem o mais inteligente. Este, que é o verdadeiro, porque porta a verdade, é aquilo que todo homem deveria ser. Ser, honesto, trabalhador, ter amor e não desmerecer os outros. Essa humildade, não é boba, é pura. Não é religiosa, porque não há culpa, é, apenas...apenas...verdadeira!