CERTOS PAPÉIS
e souza
Já comentei neste espaço que não me dou muito bem com os computadores, embora sejam indispensáveis, insubstituíveis, a não ser por outra máquina mais aperfeiçoada com tecnologia de ponta, mesmo que amanhã já esteja obsoleta, defasada, ultrapassada, velhinha “coitada” não acompanhou o crescimento tecnológico. E certamente esta máquina será trocada por uma Hi-Tec (puxa, não sabia que essa palavra fazia parte do meu vocabulário), que no dia seguinte será ultrapassada também. Sempre fui adepto fervoroso das canetas Bic e das pretinhas (máquinas de escrever) se bem que os computadores também são máquinas de escrever, mas gosto dos barulhinhos “plim” “crec crec crec”, são simpáticos. Creio piamente e hão de convir comigo que os computadores, jamais substituirão as canetas e os papéis. Já imaginou se não existirem mais os jornais impressos, com quê vão matar moscas? (que coisa nojenta! Mas tem gente que faz isso). Matar moscas com os teclados, com monitores? Ao contrário do que se pensavam os computadores não vão salvar as florestas, mesmo porque a cada novidade eletrônica lançada no mercado corresponde a um manual do proprietário de pelo menos dez páginas, sem mencionar a embalagem de papelão, (que papelão!), etiquetas, anúncios e promoções. Os computadores estimulam as pessoas a imprimirem coisas, letras musicais, piadas, cartões, livros, esta crônica, etc. Como hoje em dia qualquer um pode ser editor, paginador e ilustrador sem largar o mouse (aquele ratinho), a tentação de passar sua obra para o papel é quase inevitável e irresistível, ainda mais quando uma tela bonita, colorida, perfeita que pode desaparecer com um simples toque numa tecla errada. E nada fica mais nobre e informativo que forrar a gaiola do papagaio com uma folha impressa que é menos prejudicial aos olhos que uma tela de cristal líquido ou plasma, embora, plasma tenha muito mais haver com sangue que com TV. Mas tanto pelas telas, revistas ou jornais as informações vão chegando há uma velocidade incrivelmente imbatível são CDs, DVDs, MDs e outras tantas mídias e Ds que às vezes as crianças se confundem um pouco. Tudo isso pra contar que no fim de semana o menino foi convidado para a festinha de aniversário de uma amiguinha da escola. O garoto de apenas seis anos, chamou o pai de lado: " - Papai preciso que você vá até a farmácia e compre um preservativo.
O pai sem entender um pedido tão responsável e tão fora de hora, perguntou com um riso na voz.
- Mas filho, isso não precisa agora.
O garoto falando bem baixinho respondeu.
- É que eu vou à festa da Aninha e lá vai ter muita gente e eu tenho medo de pegar febre amarela."
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