Pós-pensamento pós-inaugural
São 14:17. Estou no escritório. O judiciário está fechado desde esta quinta, e eu, como estagiário, não tenho nada pra fazer aqui.
Não posso ir embora, o chefe está de olho; e se alguma coisa surgir, eu vou ter que fazer de prontidão.
O que é a páscoa se não um dos feriados mais aguardados? A maioria das pessoas não sabe qual fato ela homenageia, e ainda tem esses ovos de chocolate, que não significam nada. Feriado é isso, uma data sem sentido para a população, mas que poupa um dia de trabalho e aula. Por que, chefe? Por que não nos deu recesso hoje? Eu poderia estar em casa jogando o meu ainda-desconhecido videogame novo, comendo lasanha de microondas e tomando refrigerante como na época da escola, quando meu único problema era fazer a lição de casa!
Saindo daqui, pretendo me encontrar com a minha pseudo-namorada (a gente só se vê de fins de semana, e isso começou há umas duas semanas...), não sem antes pagar a auto-escola, que ainda não comecei a fazer - e que só poderei fazer aos sábados pela minha indisponibilidade de tempo.
Sabe quando te perguntam qual poder você gostaria de ter, se fosse um super herói? Eu queria poder parar o tempo. Não precisa avançar nem retroceder, apenas parar. Como quando eu acordo às 6:30 pra me arrumar pro trabalho, sendo que fui dormir às 2:00. Eu pararia o tempo por mais umas oito horas pra poder por o sono em dia. Ou quando estou em algum momento legal que não quero que acabe, como quando estou com meus amigos ou com uma garota legal. Claro que o tempo teria que parar para eles também, se não eu ficaria sozinho num mundo inanimado. É... Não faz sentido.
Eu ainda estou resfriado. Não que isso tenha algum sentido pro texto. É que isso me dá uma angústia. Fiquei resfriado na quarta, hoje é quinta e ainda não sarei; quer dizer que meu feriado vai ser longo, mas não no bom sentido.
Mudando de assunto, esses textos me lembram as redações que eu fazia no ensino médio. Houve uma vez em que a professora deu nota 10 na minha redação. Claro que eu fiquei indignado. Como pode uma redação "minha" ter a nota 10, como se fosse perfeita? Eu não escrevi a redação perfeita. Quem ela pensa que é pra dar 10 na redação de um aluno do primeiro ano? Se por acaso, você, leitor, seja professor de português, ou conheça um, diga a ele para nunca dar 10 em uma redação. Tudo bem tirar 10 em uma prova de matemática, onde o aluno acertou todas as questões de forma perfeita. Mas em uma redação? Não existe redação perfeita! Tudo pode ser melhorado. Eu só não edito meu textos pra não cometer anacronismo, e também, se sair algo de bom daqui e eu não perceber, posso acabar tirando depois. Sempre fiz assim. Sem rascunhos. Até nas redações do vestibular (puxa, como ele é incrível!). Claro, não estou criticando pessoas que fazem rascunhos - cada um escreve como quer e como achar melhor - mas eu não consigo editar meus textos sem estragá-los. Eu mantenho uma espécie de "arquivo de confissões" no meu computador, onde coloco todas aquelas coisas que acontecem e que só se pode contar pro melhor amigo. Não que eu não tenha um amigo pra contar, mas acho interessante também manter um registro. Quem sabe, um dia acontece algo comigo, e ninguém nunca saberá o que se passa em minha cabeça? Por exemplo, as pessoas que eu odeio, as pessoas que eu gosto, os fatos que me marcaram, entre outras coisas. Talvez eu publique todo o arquivo aqui, um dia. E aí você lerá um monte de fofocas íntimas. Se quiser, claro. Mas jamais comente comigo sobre os fatos. Se sabe algo sobre mim, não me deixe saber!
Do que eu estava falando mesmo? Ah, são 14:46 ainda. O que vou fazer até as 17:00?! Acho que se eu falar com meu chefe, ele me libera às 16:00, mas ainda assim falta um tempão!
Por que eu escrevi todas essa baboseira? Não sei. Mas se alguém se divertir lendo, significa que esses trinta minutos não foram perdidos.
Até a próxima!