Não Mexa Em Meu Umbigo
Munido de informação? Não! Para quê? O seu umbigo é mais importante que o meu e é você quem faz as leis.
O consumidor sabe que as sacolinhas plásticas não são de graça coisa nenhuma, porque ninguém dá nada para ninguém! O ser humano, seja ele rico ou pobre, não consegue ser caridoso e dar uma esmola de um real para o senhor com a perna cheia de ferida dentro do trem que pede, por favor, quanto mais aumentar o salário mínimo ou benefícios dos trabalhadores. O operário trabalha três meses do ano para o governo que cobra imposto em cima de imposto de todos os produtos vendidos em diversos tipos de comércios. Se o litro do leite custa dois reais e vinte centavos, quer dizer que mais de oitenta centavos é o imposto que o consumidor paga, e a sacolinha plástica está inclusa em cima do valor bruto.
Aí o meio ambiente, para o governo, tornou-se motivo de preocupação: utilizando dessa tática criativa, impôs a lei e o cidadão tem que acatar, mas não pode reivindicar pelo imposto pago pelas sacolas plásticas. Tira-se uma e e outra já está no lugar (as sacolas recicláveis) com um preço maior que o anterior. O umbigo dos governadores é mais importante que o da senhora com o carrinho de feira escolhendo as frutas podres, já que a coitada não ganha uma aposentadoria suficiente para comer bem e comprar seus remédios. Mas em cima da mísera aposentadoria dessa senhora é cobrado impostos altíssimos.
Porque a questão não é simplesmente o meio ambiente e sim o toba do consumidor, que está na mira. Por que somente o pobre tem que sair perdendo? Por que o governo não "disponibiliza de graça" (porque não existe isso, isso só é um termo para apaziguar a fúria dos ignorantes) as novas sacolas recicláveis ao invés de pôr um preço e em cima desse preço pôr mais imposto oculto que o cidadão não sabe?
Em terra os urubus catam os lixos, nos mares os tubarões fazem o mesmo; e se não houvesse lixo, eles morreriam? Claro que não. A natureza faz de tudo para sobreviver, que até o mais estoldo vê; e é mais fácil o ser humano ser extinto que ela própria fenecer; "porque a alma farta pisa o favo de mel, mas à faminta todo amargo é doce", ou seja, neste caso: o governo expurga o pobre com um "ato nobre", ele pisa o favo de mel, mas toma as abelhas, enquanto o pobre luta pelo jiló.
O ser humano vai sempre lutar para preservar a natureza nem que for para a continuidade da espécie: e é o que está fazendo depois que se ligou que nem tudo é bom para ele. Depois que aprendeu que o petróleo é um combustível poluente se esforça para buscar outro meio, afinal "pele por pele e o ser humano dará tudo por sua vida" (Satanás).
Não que eu seja contra a nova lei, mas é que ela foi feita pela metade assim como tantas outras.