QUANDO AS PALAVRAS CESSAM
Há momentos em que nenhuma palavra responde as nossas perguntas. Momento em que a indagação torna-se maior que qualquer explanação. Toque de recolher para os nossos lábios. Estágio de análise. Acontece, não raramente comigo. Nesses momentos esquivo-me de qualquer resposta. Evito emitir a menor das justificativas e passo a condição de mera observadora das situações. Não muito raro, também me envolvo e sofro por elas, posto que ainda não aprendi a desvencilhar-me dessa característica emocional que denota meu lado humano em sua condição de ser.
Quando as palavras já não me convencem ou quando as minhas já se esgotaram na tentativa última por um sopro de esperança. Vejo-me refém do silêncio que chega penetrante. E a vida com suas tramas e dramas ensina a mais complexa das lições. Aquela que desprezaríamos, simplesmente para não confirmar o que já sabemos. Lição esta que não é a mesma para mim e para o outro, dadas as nossas diferenças em analisar os pontos, entre pontos e os nós.
Aprendo só o que sou capaz de aceitar. Aliás, a teoria de que aprendemos de maneira diferente e que é preciso estar maduro para assimilar determinados conhecimentos, não se aplica somente à sala de aula. Creio até, que algumas pessoas nunca estarão prontas para deixar as palavras silenciarem e retirar do silêncio as mais convincentes respostas.
Tudo que sei é que quando as palavras cessam para mim é chegada a hora de rever os conceitos, revisar as ações, repensar a rota, analisar as escolhas, resgatar ou reescrever a história.