PARA QUE O AMOR NUNCA ACABE
Para que o amor nunca acabe, não insista para que seja eterno.
Não acredite em contos de fadas, em almas gêmeas ou metade de laranjas.
Pratique o exercício de espelhar-se no outro e veja um universo diverso do seu. Uma incógnita a desvendar. Pratique respeito, presença, olhos nos olhos, consciência de serem dois inteiros.
Renove seu tesão pela vida e o amor por si mesmo, na admiração diária de descobrir uma faceta do outro, que deixou-se conhecer. Ninguém é totalmente previsível, e sempre é possível se mostrar um pouco mais, quando se é bem recebido.
Quando é dado de coração, um lugar onde nos sentimos aceitos para ser tudo o que somos.
Participe das dores e alegrias de quem você ama, mesmo que você não esteja incluído nelas.
Demonstre um interesse genuíno na história de vida de seu par: seus medos, sonhos, idéias e ideais. Nem que seja apenas com um sorriso complacente ou um silêncio leve e reverente.
Ah, e por favor, tenha senso de humor para rir muito da graça da vida!
E quando estiver de corpo inteiro, dando e recebendo prazer, entregue também a alma.
Assim, da forma mais natural e escancarada.
E se por acaso sentir uma ligação cósmica, um fundir-se com o sagrado...algo tal como a união do Céu e da Terra, que transcende o gozo...mesmo quando o coração já deixou de pulsar acelerado, descubra fascinado, que é assim que se cresce nos relacionamentos.
É assim que você recebe de presente a revelação, de que cada par que você amar com toda a sua humanidade, torna-se uma alma gêmea a sua.
Não necessariamente pra sempre, e nem sempre esse vislumbre pode lhe parecer perfeito.
Mas como dizia o Poetinha, será infinito enquanto dure.
Cada encontro pode abarcar o divino, na constatação do sagrado em si e do sagrado no outro.
Apesar de todas as diferenças, só acontece o encontro real de dois seres, quando estes se desnudam de pudores, jogos, preconceitos e cobranças. Quando deixam de olhar só pra si na tentativa de encobrir a própria carência e renunciam às suas máscaras.
Aí então o amor se revela.
Dentro de cada um, onde sempre esteve.
E fluindo na alegria de compartilhar com o outro.