Propondo uma reflexão...

Em um mundo utópico, eu gostaria de ter na palma da minha mão um controle do tempo. Gostaria de só de vez em quando poder apertar no pause. Pararia então um pouco para refletir, para conversar comigo mesma, para talvez até mesmo tentar não pensar em nada. Não sei se isso acontece somente comigo, mas as vezes dá uma enorme vontade de parar um pouco só para olhar para o céu e admirar sua incrível e imensurável grandeza. Não falo aqui em metáforas, falo sim no sentido literal. Seria muito bom realmente se tivéssemos esse tempinho extra, para notar aquelas coisas que já se tornaram tão banais para nós mesmos. Li em algum lugar : não é digno da beleza, quem não é capaz de admirá-la. Esse sentido de admiração encontra-se na maioria das vezes soterrados no solo de nossa mente. Admirar a natureza, sentir o vento, olhar para o nada é considerado perda de tempo. Creio eu que, em um futuro muito próximo, a psicologia vai finalmente receber seu devido reconhecimento. Acredito eu ser impossível o progresso de uma humanidade que já não mais consegue valorizar as coisas simplistas da vida. Não que seja culpa de cada individuo o estado em que se encontra, pois a eles isso lhes são cruelmente impostos. Caso não se acompanhe o ritmo - seja de trabalho, pensamento - exigido, automaticamente se é "descartado " do sistema que anteriormente se fazia parte. Aproveito aqui para tecer uma triste analogia. Muito provável talvez seja que nós, seres humanos, tenhamos adquirido a mesma função que os objetos descartáveis. Somos rápidos, práticos e eficientes - possuímos nossas vantagens. Mas, em contra partida, apresentando um simples defeito de fábrica, somos taxados de incapazes e " jogados fora" - ou como já citei, descartados do sistema. Isso comprova o grande aumento percentual da população excluida, seja pela raça, cor, opção sexual, condição financeira. Bastou aquele arranhãozinho para rapidamente acontecer essa substituição. Sendo eu uma defensora ferrenha da psicologia, me revoltam quando seu riquissimo valor é deixado de lado. Defender a sua inutidade ou superficialidade representa para mim o mesmo que dizer " não importo comigo nem com outrem e não faço questão de entender como nós construímos nossos pensamentos". Sinto muito aos que pensam assim. Segundo uma matéria que saiu na psique - uma revista voltada para estudos da mente humana- o próximo mal do século é o estresse que acomete grande parte da população, desde os mais novos - que tristeza notar que crianças tão pequenas já estão sentido a pressão que lhes é exercida- aos mais velhos. Tudo bem se uns ou outros não querem parar para pensar ou refletir sobre o formato das nuvens que seja, só temo o futuro, quando a pressão se tornar realmente insuportável- se é que já não o é. Vamos evoluir, vamos refletir, vamos tentar nos entender ! Perdamos o medo do auto conhecimento ! Que tal tentarmos utilizar esse controle do tempo uma vez ou outra ? Mesmo que metaforicamente.

mmmalencar
Enviado por mmmalencar em 02/04/2012
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