= Meus amigos =

Ser amigo é compartilhar do vinho e do fel.

É ter a cada encontro, o delicioso sabor do mel.

É compreender.

É entender.

É aprender.

É se orgulhar.

No inicio da década de oitenta, eu morava na cidade de Itajubá MG.

Ali eu fiz grandes amizades.

Os tempos estavam difíceis, as duras penas, consegui um emprego em uma loja de material de construção. Na época eu tinha duas filhas, uma com dois anos, a outra com um ano e por incrível que pareça, outro filho a caminho. Como é sabido pelos amigos, eu tive um grande problema com o alcoolismo. Com muitas dificuldades, eu tentava manter-me no emprego. Certo dia, meu patrão contratou dois jovens para trabalhar conosco, os dois vinham de grandes dificuldades financeiras, pois eram arrimos de família. Eu fiquei incumbido de ensiná-los o serviço de balcão. Agarrei com afinco aquela tarefa. No final de oitenta, Marcio e Marcus, já preparados e eficientes balconista, demonstravam um grande apreço por mim. Numa manhã de dezembro, fui chamado pelo patrão ao escritório. Chegando lá, o patrão pediu-me que eu sentasse, sentei-me curioso, pensei que iríamos falar sobre a loja, mas o ele foi logo ao assunto: _ Antônio, Marcio e Marcus já estão preparados para o serviço, tenho que melhorar o salário deles, então decidi tirar a sua comissão, assim manterei os três no trabalho. _ Fiquei branco de susto, como eu poderia sustentar meus filhos, com a mulher grávida, pagando aluguel, ainda bebendo, coisa que não dava conta de parar. Retruque ao dito cujo: Como poderei sustentar minha família, com um salário? Ele olhou para mim com indiferença sugeriu-me que eu fosse para casa e pensasse no assunto. Sai dali desolado, o mundo fechará para mim. Sem rumo e desconcertado fui para casa. No dia seguinte ao chegar à loja, sabendo que seria demitido, comecei a trabalhar mecanicamente. O chefão mandou-me chamar de novo. Sabia, com antecedência, que seria para eu assinar a minha demissão. Quando entrei no escritório, levei um grande susto, o patrão estava com os olhos brilhando de lágrimas. Ele olhou para mim com bondade, num fio de voz, disse-me: _ Antônio, Marcio e Marcus estiveram aqui em meu escritório e me fizeram uma proposta, pediram que eu os pagassem apenas a metade de seus salário, passando a outra metade para você, para que você permanecesse com eles. Disse-me e chorou, pois eram arrimos de família e nem por isso se agarravam ao materialismo. Sabendo que você não aceitaria tal proposta, mas emocionado pela aquela nobre decisão, resolvi manter vocês três no serviço. _Naquela hora quem chorou foi eu. Sai dali cheinho de esperança e com muito mais amor no coração. Agradeço a Deus, todos os dias, por me enviar sempre pessoas de sentimentos lindo, para ser meus amigos. Obrigado também a todos vocês meus amigos de recanto, vocês não sabem o bem que vocês me fazem. Beijos no coração de todos.

Tonho Tavares

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 01/04/2012
Reeditado em 02/04/2012
Código do texto: T3588469