A vida de Jesus entre nós decorreu entre o Natal e a Sexta-feira Santa. Dentro desse espaço, sua presença em nosso meio mostrou-nos um ser absolutamente humano. Embora carregasse em si o mistério da divindade. Divindade oculta na figura humana, mas que transparecia no seu modo de viver. Sua palavra excedendo toda sabedoria que a humanidade estava acostumada a conhecer. Um poder estranho e real sobre todas as forças da Natureza. E um ímpeto de liderança e influência que penetrava fundo em todos os que conviviam com ele.
A presença de Jesus na História transcende os limites das décadas de sua vida. Assim como o sol que na noite escura parece não existir, para se revelar no despontar da manhã. A treva será sempre provisória em relação à luz. Não é ela, a treva, que apaga a luz, mas é a luz que expulsa a treva.
Jesus, o Cristo, esteve presente em nossa História desde sempre. Esteve presente de modo peculiar na esperança de um povo, o povo judeu, cujos profetas desenharam com estranha arte a fisionomia do Messias prometido.
Quando ele chegou, conferidos os arquivos do passado, ele estava ali registrado. Foi a única figura vinda a este mundo, cuja biografia já estava traçada mesmo antes de nascer.
A morte na cruz tirou-o do nosso meio. E ele ressuscitou. Enraizou sua presença perene na comunidade dos seus seguidores e, sobretudo, na Eucaristia, com a promessa segura de permanecer entre nós até o fim dos tempos.
Mas o que mais nos intriga é a morte dele. Não só pelas crueldades que a cercaram. Mas pelo fato em si, a morte. Não haveria outro modo de redenção?
Todo projeto de vida, neste mundo, está sujeito à morte. Morrem os vegetais. Morrem os animais. Morrem os homens. Porque não possuem a vida em virtude de si mesmos. Recebem-na por doação. Recebem-na de fora. Só Deus é a vida por essência.
No caso humano, Deus colocou em nós o sinal de sua vida. A alma, imagem de Deus em nós. Alma espiritual, como Deus é espiritual. E o espírito é imortal. Não se corrompe à maneira do que acontece com a carne perecível.
Mas “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Isto é identificou-se conosco. Assumiu a herança da morte, que é herança de todos nós. E morreu. Veio para isso.
Mas ressuscitou. Aí reside o nosso mistério: algo que a ciência jamais atingiria saber. Herdeiro de nossa morte, porque se fez um de nós, fez-nos herdeiros de sua vida, porque é Deus.
“Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, não produzirá fruto!” Como é difícil compreender por completo a dimensão profunda e divina desse pensamento! Nós somos os frutos desse precioso grão de trigo. Que caiu na terra, que aceitou morrer, que nos produziu!
O fato da morte de Jesus estar incluído no projeto divino pelo simples fato de o Verbo se fazer homem, não foi um simulacro. Ele mergulhou em cheio em nossa humanidade.
Mas a forma dele morrer é que chama a atenção. A forma de eliminá-lo do mundo dos vivos, como foi tramada e realizada. Prevista por Deus, sim, mas não determinada por Ele.
Essa forma, que todos nós conhecemos, envolveu todas as paixões humanas. Foi vítima inocente de todas as nossas maldades. Nem assim abandonou o seu amor por nós.
Esse precioso grão de trigo, caído na terra e esmagado por ela. Grão de trigo sofrido e emocionante, vivo, vitorioso, refulgente, que celebramos na Páscoa.
Feliz Páscoa!
A presença de Jesus na História transcende os limites das décadas de sua vida. Assim como o sol que na noite escura parece não existir, para se revelar no despontar da manhã. A treva será sempre provisória em relação à luz. Não é ela, a treva, que apaga a luz, mas é a luz que expulsa a treva.
Jesus, o Cristo, esteve presente em nossa História desde sempre. Esteve presente de modo peculiar na esperança de um povo, o povo judeu, cujos profetas desenharam com estranha arte a fisionomia do Messias prometido.
Quando ele chegou, conferidos os arquivos do passado, ele estava ali registrado. Foi a única figura vinda a este mundo, cuja biografia já estava traçada mesmo antes de nascer.
A morte na cruz tirou-o do nosso meio. E ele ressuscitou. Enraizou sua presença perene na comunidade dos seus seguidores e, sobretudo, na Eucaristia, com a promessa segura de permanecer entre nós até o fim dos tempos.
Mas o que mais nos intriga é a morte dele. Não só pelas crueldades que a cercaram. Mas pelo fato em si, a morte. Não haveria outro modo de redenção?
Todo projeto de vida, neste mundo, está sujeito à morte. Morrem os vegetais. Morrem os animais. Morrem os homens. Porque não possuem a vida em virtude de si mesmos. Recebem-na por doação. Recebem-na de fora. Só Deus é a vida por essência.
No caso humano, Deus colocou em nós o sinal de sua vida. A alma, imagem de Deus em nós. Alma espiritual, como Deus é espiritual. E o espírito é imortal. Não se corrompe à maneira do que acontece com a carne perecível.
Mas “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Isto é identificou-se conosco. Assumiu a herança da morte, que é herança de todos nós. E morreu. Veio para isso.
Mas ressuscitou. Aí reside o nosso mistério: algo que a ciência jamais atingiria saber. Herdeiro de nossa morte, porque se fez um de nós, fez-nos herdeiros de sua vida, porque é Deus.
“Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, não produzirá fruto!” Como é difícil compreender por completo a dimensão profunda e divina desse pensamento! Nós somos os frutos desse precioso grão de trigo. Que caiu na terra, que aceitou morrer, que nos produziu!
O fato da morte de Jesus estar incluído no projeto divino pelo simples fato de o Verbo se fazer homem, não foi um simulacro. Ele mergulhou em cheio em nossa humanidade.
Mas a forma dele morrer é que chama a atenção. A forma de eliminá-lo do mundo dos vivos, como foi tramada e realizada. Prevista por Deus, sim, mas não determinada por Ele.
Essa forma, que todos nós conhecemos, envolveu todas as paixões humanas. Foi vítima inocente de todas as nossas maldades. Nem assim abandonou o seu amor por nós.
Esse precioso grão de trigo, caído na terra e esmagado por ela. Grão de trigo sofrido e emocionante, vivo, vitorioso, refulgente, que celebramos na Páscoa.
Feliz Páscoa!