CANDIDATO A DITADOR
Ontem de manhã, ao sair de casa, vi que uma de minhas árvores tinha sido podada de qualquer jeito e tudo estava ali no asfalto. É verdade que os galhos que pendiam para o lado da rua deviam mesmo ser cortados. Mas quem teria feito aquilo? Na véspera tudo estava normal. Não era dia do jardineiro. Formigas não teriam cortado daquele modo. Pica-paus não teriam se interessado por galhos finos de uma unha de vaca... Pensei no vizinho do lado, mas ele não teria motivos. Então, só podia ser o vizinho da frente que implica solenemente conosco. Decerto a árvore estava atrapalhando suas manobras para entrar e sair com o carro. Teria feito ele mesmo a poda durante a noite? Que petulância! Finalmente, depois de conversar com alguns funcionários do condomínio, acabei descobrindo que foi por ordem do zelador. Que não me avisou, não pediu licença, nem explicou nada. Nem antes, nem depois. Desconfio que foi a pedido do implicante. Indignada, deixei um ‘recado’ no livro de ocorrências. Só que até agora ninguém se manifestou... Mas ele, o zelador, que me aguarde!