Com paciência a gente até se diverte

 

 

 

Terminadas as compras no supermercado, quando me dirigia ao caixa, uma senhora me pediu ajuda. Segurando um tubo de inseticida ela perguntou se eu conhecia. É bom? Conheço, mas não me ligo em marcas, pra matar barata qualquer um serve. É pra matar barata??... Bem, não mata as baratas assim na hora, elas correm, eu vou atrás ‘esprayzando’, elas se escondem, ficam meio tontas, mas depois aparecem mortas. Nossa, na sua casa tem barata?! Ué, em qualquer lugar tem, de vez em quando aparece uma, né? Tomara que não apareça nenhuma por aqui agora! Bati três vezes na prateleira. É mesmo, mas eu não quero pra matar barata. Eu queria saber para que se usa isto. E continuou, é que eu vejo na propaganda aquela moça apertando o tubo pela sala, com as crianças por ali... (e fez o gesto com o tubo na mão). Será que não faz mal? Acho que ela está usando por causa dos pernilongos, respondi, mas eu não espirraria assim na cara das crianças, não. Para os pernilongos eu ponho aquele da tomada. Ah bom... mas o meu problema é outro, nem barata nem pernilongo. É que tem um bichinho, não sei como se chama, que faz um caminhinho de terra na parede... a senhora já viu? Estou com medo que seja cupim. Então perguntei se era dentro ou fora da casa e ela disse que era do lado de fora. Já vi, sim, respondi. Lá em casa já apareceu também e o jardineiro raspou o caminho com uma espátula. Sumiu tudo. Ele falou o nome do bicho, mas não lembro agora, disse que é inofensível. Experimente. Se não der certo, é melhor a senhora chamar uma dedetizadora. Agora tenho que ir, está na hora do almoço. Tchau! E fui.

 

 

 

Sugiro a leitura do texto “Lá no supermercado”, de Deyse Félix.

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