Brasil, quantos absurdos já cometeram em teu nome!
Nem precisa ser historiador para saber que há exatos 48 anos o Brasil iniciava um de seus episódios mais sombrios, a Ditadura Militar, mas sendo aspirante deste ofício, sinto a necessidade de fazer minhas (des)considerações a respeito. Um período incontestavelmente perturbado, onde imperaram a falta de democracia, o cerceamento dos direitos civis, a censura, a instabilidade e perseguição política, e, sobretudo a repressão, não cairá jamais no esquecimento de muitos brasileiros. Sinto que muitas marcas deste período longo e lamentável de nossa história permanecem até hoje, como interpretava a inesquecível Elis Regina na canção “Conversando no Bar”: “Tudo de triste existe e não se esquece”.
O que ocorreu após o Golpe de 1964, que culminou na renúncia do presidente João Goulart e na ascensão do Marechal Castelo Branco à presidência do Brasil não daria para exprimir em simples palavras. Os 21 anos pelos quais o país viveu este regime são lembrados hoje com lamentos pelos crimes praticados por parte do Estado, “preocupadíssimo” em manter a ordem e o progresso. Tantas vidas interrompidas; tantas lágrimas derramadas nos porões das poderosas prisões; “tanta gente que partiu num rabo de foguete”; tantos sonhos interrompidos...
Propagar os acontecimentos desta época seria, pois, uma forma de mostrar para as gerações quantos absurdos já se cometeu em nome de nossa nação. É essencial e é preciso olhar pra trás, e não apenas recordar, mas continuar seguindo e contribuindo para que daqui pra frente tudo seja melhor. Tudo seja diferente do que foi. O nosso país, já não vive mais sob regime militar desde 1985, mas isso não implica dizer que estamos isentos do que considero, ao meu ver, como outras ditaduras, pensemos na corrupção que assola nosso país nos dias atuais e já teremos um ilustração perfeita do que digo. Em pleno século XXI, o Brasil ainda perde filhos em consequência da fome, das condições de vida miserável, da falta de atendimentos nos hospitais, da violência cometida por aqueles que também são vítimas do sistema, da negligência daqueles que colocamos no poder.
Eu quero estar viva para assistir o fim disso tudo.