Surpreendente e Avassaladora
Apareceu-me numa manhã de início de outono e me pegou desprevenida. Surpreendente e avassaladora como um tornado a exibir sua força capaz de varrer o mundo e me fez vítima. Aprisionou-me, usou todas as suas armas para aniquilar meus ânimos e me deixou completamente sem disposição em questão de horas. Quando me dei conta, estava completamente dominada, sem qualquer defesa. Tentei fugir como pude. Inútil. Seu gosto amargo já havia se fixado em minha boca e sua ardência febril, naquela altura, já se espalhava por cada milímetro do meu corpo, estava em chamas.
Jogou-me na cama sem a mínima piedade. Senti o mundo girar e meus olhos lacrimejavam, como se implorassem compaixão, como se denunciassem toda tortura que estava sendo infligida ao meu ser. Me contorci de dor, e minha garganta só me permitiu gemer baixinho, como se roubasse minha voz a cada vez que tentasse pronunciar alguma coisa. E as horas se passaram nesta penúria. E aos poucos ela ganhava mais força e me vencia.
Completamente exausta, permaneci ali, na minha cama, por longos e tediosos dias, procurando alguma forma de me libertar das garras daquela que me prendera, fiz o que devia. Minhas pernas ainda estavam trêmulas quando tentei levantar. Afinal, a desgraçada roubara toda minha força, juntamente com meu apetite e minha vontade de viver. E de uma hora pra outra ela sumiu, da mesma forma como havia surgido. Deixou-me fraca e vulnerável, e a cada vez que me lembro dela, meu pensamento povoa-se de horror e repúdio. Queria alertar vocês, caros leitores, que não estão isentos se serem atacados pela GRIPE, que tomem bastante cuidado, acionem seus anticorpos para não te acontecer tal como o ocorrido comigo, que descrevi minuciosamente e que vocês acabaram de ler.