ENTRE FLORES DE UM PPS

... leio "4 leis da espiritualidade ensinadas na Índia". A primeira diz: “A pessoa que vem é a pessoa certa”. Pode ter certeza que sim! Não importam o rebuliço, a revolução, o estrago, ou o infinito bem que isso vai representar para você. Deixe! Aliás, não há nada que você possa fazer, a não ser deixar! Tantas encruzilhadas não são mero acaso. A trama já está prontinha, o seu papel é só ir fazendo parte dela. Aposto que você já ouviu algo parecido com isso: “Ninguém sai da sua vida sem deixar algo de si e levar algo de ti”. Se o “deixado” e o “levado” são bons ou ruins, saiba, não está em discussão. Mas algo é certo: vai valer como aprendizado! E se é assim, então já valeu!

A segunda lei também passa por aí: “Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido”. E muitos ainda guardam a ilusão de que têm o controle da vida, do tempo, dos fatos e das pessoas nas mãos. Ah, homens, homens! Seres desavisados, que sois! Costumam até sustentar a vaidade de dizer: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Não me arrisco. “Eu, do meu lado, aprendendo a ser louca”, fiz acontecer, e nem suspeitava que o acontecimento já era acontecido, quando tive a brilhante ideia de fazê-lo acontecer. Ah, leizinha capciosa!

Tranquila, a terceira lei! “Toda vez que você inicia é o momento certo”. Por isso é só ir pulando da cama, levantando da cadeira, pegando o telefone, pondo o carro na estrada, empunhando a caneta (ou o revólver), falando a palavra que não se sabe de onde veio, e tudo vai dando certo. Não perca seu tempo com culpas inúteis! Aquilo que você fez ontem era mesmo pra ontem. O que fez hoje era mesmo pra hoje, aliás, pra agora. E o que deixou pra amanhã? Ora, não esquenta, é claro que é pra amanhã! Ou você pensa que o relógio te obedece? Portanto cai por terra o velho ditado “ Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”. Em compensação, tá valendo outro “Quem espera sempre alcança”, não por causa da espera, mas porque chegou mesmo a hora de alcançar. Então é isso... “Tempo tempo tempo tempo/És um dos deuses mais lindos”... Bacana (sou do tempo do bacana) e profundo!

Vamos à quarta... Lei! “Quando algo termina acaba realmente”. E aí não tem choro nem vela. Tocou o gongo, bateu o martelo, soaram as doze badaladas da meia-noite. Eis o veredicto! Fuja correndo Cinderela antes que te flagrem, vestida de trapos, cabelo desgrenhado e pé no chão. O tempo dos príncipes já passou e não há sapatinho de cristal que resolva a situação. “Acabar realmente” é virar a página, atirar a pedra no rio, apagar a vela, apertar stop, deletar o arquivo (Ainda que a lixeira te acene, temporariamente, não há o que restaure seu conteúdo). A vida tira você pra dançar, o que te resta é seguir o embalo, acredite! Ali na esquina há uma novidade, você viu? Mas não se iluda! De novo, essa novidade não tem nada! Ela já está prontinha te esperando. Falta só você acreditar que vai inventá-la ou fazê-la acontecer. Seu caderno, escreva isso, já está todo escrito, o que você tem a fazer é ir vivendo a próxima frase...