Peito: lugar onde o coração palpita

Hoje minha memória falhou. Pensei nas vias enganosas que a idade nos proporciona, mas meu neurologista me disse que idade não era pois estou no iluminar dos trinta.

Fiquei a pensar, acho que não poderia agüentar,pois tão novo,já esquecendo de tudo. Não foi de tudo que me esqueci,foi apenas uma data ancorada lá no fundo do meu coração. Era o dia do aniversário da minha esposa. Data marcante para mim e para ela, pois além de comemorar o dia do seu nascimento, comemoramos um ano de casamento. União feliz, positiva, pois ao longo desses doze meses nossa vida foi motivada pelas alegrias. Arrumei o meu primeiro emprego, ela foi promovida. Compramos até um cão já que no momento os filhos não virão. Seu pai aceitou nossa união,já que era contra esse relacionamento (sério e profundo). Minha mãe continua triste em casa, mas esta conformada, apesar de estar distante de seu primogênito. Fico triste, mas estou ao lado da mulher que amo. E como diz o dito popular:"os filhos nascem para voar". E esse vôo um dia tens que acontecer.

Confesso que até o sotaque acabei adquirindo, pensavas nunca falar como o povo gaúcho. Não por aversão, mas por achar aquele dialeto um dos mais belos do País.No começo "patinei", falava e era tido como o forasteiro, mas não era o preconceito foi o falar diferente que os incitava. A criatividade nesses momentos é muito importante, pois a idéia impera quando é boa.

Falando aqui com vocês acabei esquecendo-me novamente que o ofício espera, mas não tolera desavisadas decisões.

Agora partirei, pois a mulher que amo está lá na janela para mais um dia juntos. O coração bate forte, a saudade aumenta quando estamos no emprego e a memória, esta, não se presta a datas. A verdadeira emoção não está nos números ou na mera "decoreba", encontra-se ancorada lá no peito onde o coração palpita.