Em meio ao furacão da existência
Chega a causar raiva só de pensar em como os processos de mudança se efetuam. É uma misto de liberdade + responsabilidade, privacidade x solidão, amigos novos - ausência dos amigos de infância. Tratando-se de cálculos matemáticos nunca fui considerada das alunas mais dedicadas e agora que foi adicionado o sentimento desordenado à essas fórmulas desconcertantes, me vejo em meio à um furacão. No meio daquele redemoinho de vento, voam casas, carros, pessoas e eu apenas em posição de alerta. Estática. Sentindo tudo e paradoxalmente, não sentindo nada do que se passa a minha volta. Nele, é claro, existem os rostos familiares, que amenizam um pouco da loucura que se sucede. Entretanto, quando o furacão finalmente cessa, todos os elementos que ali estavam presentes são arremessados a quilômetros de distância, em uma incrível velocidade. E mesmo quando acaba, você se vê ali, sozinho, se vê obrigado a recolher tudo que restou e a recomeçar do zero. O caos temporário passou, agora ele adquiriu o caráter de permanência. Está tudo ali. Quebrado, espalhado, desordenado. Você chega até mesmo a duvidar se realmente o furação passou ou se foi você que simplesmente se adaptou à ele.