E eu pensando em você!
A aula seguia em uma linguagem que eu não compreendia. Eram elementos químicos, fórmulas totalmente enigmáticas para um ser do meu nível cognitivo. Na verdade, por mais que o professor tentasse me explicar os conceitos de salinidade¹ e me falasse das técnicas modernas de se usar a água salina na agricultura²... Toda a minha capacidade de concentração estava sendo carreada em direção à você.
Você... Que está tão longe. Mas, estamos ligados em condutividade elétrica³ (isso foi o professor quem disse!).
O professor (PhD em irrigação e recursos hídricos) insistia em falar de estatística, análises e classificações, dos conceitos de macro e micro, umidade do solo e em evapotranspiração4... Ele falava, porém a minha atenção estava em processo de retenção... Rumo a você! Pra logo depois evaporar, consumido pelas boas lembranças.
Eu olhava a turma. E todos (ou quase todos) estavam magnetizados pela projeção daqueles slides confusos. Alguns mexiam nos cabelos; outros trocavam ideias sussurradas (pois o professor não admitia desordem); tinham aqueles que faziam nada, mas também estava com a cabeça bem longe, em outras paragens. Estariam com excessos de nutrientes? Daqueles que deixam a pessoa adulta com a maior cara de “bobo alegre”, ridículo!
Tudo bem ser ridículo!
Pra alguma coisa a aula está servindo: pensar em você!
O professor explicava sobre a irrigação de gotejamento5... Mas, é você quem goteja jorros de felicidade em minha existência. Ele apresentava tabelas com demonstrações de solos empobrecidos... Mas, é você quem aduba o solo de minhas emoções. Ele destrinchava imagem do sistema radicular6 das plantas... Mas, é você quem tem sido a base para esperanças futuras.
A minha crença no amor a dois estava em um processo acelerado de degradação. Você chegou com um planejamento responsável para recuperar o meu potencial de produtividade. Eu vivi durante muito tempo num deserto sem graça e sem vida, sob efeito dos ventos fortes, da radiação solar e da umidade relativa do ar, principais fatores que influenciaram o aparecimento daquela erosão chamada tristeza.
Você chegou oferecendo-me sombra; elevando a minha capacidade de campo7. Deixei de está em ponto de murcha8.
E a aula continuava... (Agora eu vou prestar atenção à aula!)
Não adianta... Eu não consigo mais me conectar ao professor.
Quero que você saiba que estive pensando no tempo da aridez. Dos dias em que eu me arrumava pra ninguém. Passeava por lugar nenhum. Dialogava com a solidão e era um papo tão chato!
Sabe?! Eu estou abobalhado, lesado, pagando o maior “mico”, com uma vontade descomedida de comunicar para todo mundo a minha felicidade, manchando os meus vizinhos com as cores da primavera. E daí?!
Li, certa feita, numa crônica de um autor de nome já esquecido que dizia: “...vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida.”
Prefiro ser boboca que infeliz...
P.S. A aula chata continuava... E eu?...
...Ainda pensando em você!
Imagem/fonte: andovegetariando.wordpress.com
LEGENDA (Fonte: Google):
1. Salinidade: concentração de sais solúveis no solo.
2. Cultura do solo, trabalho e cuidados que a terra exige para produzir.
3. Relativo à eletricidade: corrente elétrica. / Que funciona por eletricidade.
4. É a perda de água do solo por evaporação e a perda de água da planta por transpiração.
5. É a irrigação feita por gotejamento e tem a vantagem de ser bem controlada.
6. Sistema radicular e constituído das raízes, que são órgãos especializados em fixação, absorção, reserva e condução.
7. É o máximo que um solo armazena de água sem que haja perdas.
8. É quando o armazenamento é tão pequeno que a planta mesmo gastando muita energia, não consegue retirar a água dos poros, por que neste momento a tensão de água no solo é muito alta.
A aula seguia em uma linguagem que eu não compreendia. Eram elementos químicos, fórmulas totalmente enigmáticas para um ser do meu nível cognitivo. Na verdade, por mais que o professor tentasse me explicar os conceitos de salinidade¹ e me falasse das técnicas modernas de se usar a água salina na agricultura²... Toda a minha capacidade de concentração estava sendo carreada em direção à você.
Você... Que está tão longe. Mas, estamos ligados em condutividade elétrica³ (isso foi o professor quem disse!).
O professor (PhD em irrigação e recursos hídricos) insistia em falar de estatística, análises e classificações, dos conceitos de macro e micro, umidade do solo e em evapotranspiração4... Ele falava, porém a minha atenção estava em processo de retenção... Rumo a você! Pra logo depois evaporar, consumido pelas boas lembranças.
Eu olhava a turma. E todos (ou quase todos) estavam magnetizados pela projeção daqueles slides confusos. Alguns mexiam nos cabelos; outros trocavam ideias sussurradas (pois o professor não admitia desordem); tinham aqueles que faziam nada, mas também estava com a cabeça bem longe, em outras paragens. Estariam com excessos de nutrientes? Daqueles que deixam a pessoa adulta com a maior cara de “bobo alegre”, ridículo!
Tudo bem ser ridículo!
Pra alguma coisa a aula está servindo: pensar em você!
O professor explicava sobre a irrigação de gotejamento5... Mas, é você quem goteja jorros de felicidade em minha existência. Ele apresentava tabelas com demonstrações de solos empobrecidos... Mas, é você quem aduba o solo de minhas emoções. Ele destrinchava imagem do sistema radicular6 das plantas... Mas, é você quem tem sido a base para esperanças futuras.
A minha crença no amor a dois estava em um processo acelerado de degradação. Você chegou com um planejamento responsável para recuperar o meu potencial de produtividade. Eu vivi durante muito tempo num deserto sem graça e sem vida, sob efeito dos ventos fortes, da radiação solar e da umidade relativa do ar, principais fatores que influenciaram o aparecimento daquela erosão chamada tristeza.
Você chegou oferecendo-me sombra; elevando a minha capacidade de campo7. Deixei de está em ponto de murcha8.
E a aula continuava... (Agora eu vou prestar atenção à aula!)
Não adianta... Eu não consigo mais me conectar ao professor.
Quero que você saiba que estive pensando no tempo da aridez. Dos dias em que eu me arrumava pra ninguém. Passeava por lugar nenhum. Dialogava com a solidão e era um papo tão chato!
Sabe?! Eu estou abobalhado, lesado, pagando o maior “mico”, com uma vontade descomedida de comunicar para todo mundo a minha felicidade, manchando os meus vizinhos com as cores da primavera. E daí?!
Li, certa feita, numa crônica de um autor de nome já esquecido que dizia: “...vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida.”
Prefiro ser boboca que infeliz...
P.S. A aula chata continuava... E eu?...
...Ainda pensando em você!
Imagem/fonte: andovegetariando.wordpress.com
LEGENDA (Fonte: Google):
1. Salinidade: concentração de sais solúveis no solo.
2. Cultura do solo, trabalho e cuidados que a terra exige para produzir.
3. Relativo à eletricidade: corrente elétrica. / Que funciona por eletricidade.
4. É a perda de água do solo por evaporação e a perda de água da planta por transpiração.
5. É a irrigação feita por gotejamento e tem a vantagem de ser bem controlada.
6. Sistema radicular e constituído das raízes, que são órgãos especializados em fixação, absorção, reserva e condução.
7. É o máximo que um solo armazena de água sem que haja perdas.
8. É quando o armazenamento é tão pequeno que a planta mesmo gastando muita energia, não consegue retirar a água dos poros, por que neste momento a tensão de água no solo é muito alta.