A mim parece que o único preconceito ainda aceito e praticado pela sociedade é o anticatolicismo. Os outros todos são, com justiça, combatidos e execrados. Qualquer pessoa que ama o belo e a justiça é “naturalmente” contra o catolicismo. Não que eu seja implicante...
Acompanhei as notícias da visita do Papa ao México e a Cuba...
- “A igreja buscando os holofotes do poder, mesmo que sua credibilidade seja mínima”.
- “A Igreja deveria mais é se envergonhar do seu passado distante (Inquisição) e do passado recente (Pedofilia)”.
- “O Papa está caquético, acuado, sem apoio”.
No entanto, os eventos do Papa são sucessos retumbantes e a Instituição decadente e anacrônica reúne multidões aos milhares.
Foi assim em Cuba nesses dias.
Em Havana um enorme outdoor exibe um menino sorridente com esta frase: “Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma delas é cubana”. Talvez seja um milagre da Virgem da Caridade do Cobre...
Penso que a visita de Bento XVI deixou um recado para toda a Igreja: “ Não percam a esperança e a fé, não desistam!”
Será que não seria a hora de começar uma nova teologia da libertação em contato com os movimentos sociais latino-americanos, mas falando uma linguagem própria para a realidade daqui e para as Igrejas cristãs européias? Há quem diga por aí que a teologia da libertação morreu e não têm mais nenhuma vez nem chance. Quando escuto alguém dizer que a teologia da libertação morreu, me recordo de um antigo conto de Guy de Maupassant chamado “Em família”. Trata-se de um senhor que, com sua esposa, preparam para já o velório de sua mãe, discutem sobre os bens a herdar, tomam providências para se apoderarem do espólio, quando, para surpresa de todos, a netinha vem do quarto da senhora supostamente falecida, e “cheia de emoção” gagueja: - Vovó está se vestindo... ela vai descer.
. Essa mesma situação me parece ocorrer com a teologia da libertação, cuja morte é tantas vezes anunciada e que está sempre fazendo fóruns mundiais e organizando novas coleções. A visita do Santo Padre Bento a Cuba sinaliza que podemos pensar sim uma nova teologia da libertação...