Ser e Sentir
Sou apenas alguém, e em algumas vezes, um ninguém. Talvez eu seja o invisível que passa a te admirar a distância com uma falsa esperança de um dia tornar-me visível aos teus olhos. O alguém (e ninguém) que te olha com admiração, meu motivo do amanhecer e ao mesmo tempo minha angústia do anoitecer.
As vezes te imagino como aquele brinquedo caro na prateleira enfeitada, e me vejo como o menino pobre e solitário que sonha inutilmente com aquilo que não pode ter. Sou dono de um amor extraordinário que me causa culpa pela simples razão de senti-lo. Talvez o que mais me incomode seja o saber. Saber do que eu sinto e saber que você nada sabe. Que não sabes das qualidades, defeitos, da minha fraqueza e covardia...nem ao menos da minha simples existência.
No final das contas acho que nada mais sou do que um simples coadjuvante, aquele que pode ser sem importância, o singelo figurante atuando em um filme banal, sempre te vendo como a principal, mas sabendo que por minha irrelevância nessa historia, nunca contracenaremos o final.