O golpe do gesso
 

 

 

Estou impressionada com a quantidade de gente que frequenta a clínica de fisioterapia. Ninguém está livre de um problema no braço, na mão, na perna ou no ombro. Esta, onde tenho ido, tem cadeiras do lado de fora sempre lotadas de pessoas aguardando o atendimento, feito pela ordem de chegada e número da senha. No entanto, descobri que todo mundo desaparece a partir das 11h30, talvez pela proximidade da hora do almoço. Por isso tenho chegado neste horário, sou logo recebida e vinte minutos depois estou livre.

 

Quando vejo algum ‘novato’ que chega mancando ou com o braço encolhido, lembro de uma ocasião em que levei meu filho adolescente a um hospital de ortopedia, porque tinha machucado um dedo na aula de Educação Física. Depois de examinado pelo médico e tirada uma radiografia, passamos à seção do gesso e  ficamos a esperar. Parece mentira, ou brincadeira, mas não houve uma só pessoa entre tantas que lá estavam que não saísse engessada! Fosse braço, mão ou perna.  Até fiquei temerosa, imaginando que enfermeiros fossem me pegar à força e me obrigassem a calçar aquela bota branca e tivesse que sair de lá pulando num pé só, feito o Saci Pererê. Meu filho não escapou, foi embora com a mão engessada. E eu, desconfiada de que por ali aplicavam o ‘golpe do gesso’.

 

Na fisioterapia, pelo menos, todo mundo sai mais satisfeito.