Intolerância zero
O que vem a ser tolerância? E o respeito? Será que tratamos os outros da mesma forma que gostaríamos de ser tratados? Por que o ser humano está cada dia mais intolerante? Por que alguns chegam ao absurdo de tentar exterminar aqueles que pensam, creem, agem de modo diverso? Que fazem escolhas diferentes das suas? Por que essa total ausência de respeito à dignidade humana? Onde está o sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém? Cadê o apreço, a consideração, a paciência? Em que modelos de conduta nos apoiamos?
Tantas vezes ouvimos as expressões “homem digno”, “homem de valor”. De onde deriva esse valor senão da honradez de princípios e de valores morais?! Para Kant, “a dignidade é o valor de que se reveste tudo aquilo que não tem preço, ou seja, não é passível de ser substituído por um equivalente”. Será que temos sido dignos de nós mesmos?
Viver em sociedade é inerente ao ser humano. No convívio social nos deparamos com pessoas de pensamentos, hábitos, princípios, fraquezas e qualidades dos mais diferentes matizes. Faz-se necessário, que saibamos conviver com toda essa diversidade, pois também somos diferentes. E é nesse caldeirão social que surge a oportunidade de praticarmos a tolerância, o respeito ao pensar e agir alheio. Inúmeras vezes erramos e usamos o velho clichê, “errar é humano”, justificando nossas falhas. Entretanto, quantas vezes usamos do mesmo artifício perante o erro alheio? “Sejamos severos conosco e indulgentes para com o próximo”, ensina Jesus.
Tolerar significa suportar. É aceitar a opinião do outro e compreender suas faltas. O respeito vai um pouco além, por ser mais ativo. Respeitar significa olhar. Ver o outro com sentimento de consideração e apreço. Quanto mais se respeita mais se ama. Quanto mais se ama, mais se convive de forma sadia. Há mais harmonia entre as pessoas. Por isso fujamos da intolerância e entremos num novo círculo. “Sê uma pessoa, e respeita os demais como pessoas.” Immanuel Kant.
Nós temos uma consciência que nos dirige, impulsionando-nos a decidir o que deve ser feito. Que saibamos ouvi-la... Até o nosso próximo encontro.
Referência: Kant, I. Fundamentação da Metodologia dos Costumes. SP. Nova Cultural. Col. Pensadores, 1991.