A dor é de quem tem...
Estou machucada.
Ferida recente, doída, amarga.
Ah! se band-aid curasse as feridas do coração.
Se houvesse um jeito de cuidar desses machucadinhos e fazê-los parar de doer.
Mesmo que fosse um Merthiolate - que me traz lembranças tão ardidas e um cheiro de tombo de bicicleta - pelo menos sararia de uma vez.
Mas não há. E nesse martírio todas as feridas sangram.
Sangue de ferida do coração é transparente, salgado e sai dos olhos.
Provoca soluços, caretas e friezas e é estranhamente infinito.
Parece não haver cura, enfim. Vamos esquecendo uma a uma, adiando a dor.
Mas lá dentro tudo continua a sangrar. Pobre coração!
Colecionador de machucados que vão montando nossa história.
Ah! se pelo menos houvesse um band-aid...