A dor é de quem tem...

Estou machucada.

Ferida recente, doída, amarga.

Ah! se band-aid curasse as feridas do coração.

Se houvesse um jeito de cuidar desses machucadinhos e fazê-los parar de doer.

Mesmo que fosse um Merthiolate - que me traz lembranças tão ardidas e um cheiro de tombo de bicicleta - pelo menos sararia de uma vez.

Mas não há. E nesse martírio todas as feridas sangram.

Sangue de ferida do coração é transparente, salgado e sai dos olhos.

Provoca soluços, caretas e friezas e é estranhamente infinito.

Parece não haver cura, enfim. Vamos esquecendo uma a uma, adiando a dor.

Mas lá dentro tudo continua a sangrar. Pobre coração!

Colecionador de machucados que vão montando nossa história.

Ah! se pelo menos houvesse um band-aid...

Cris Souza Pereira
Enviado por Cris Souza Pereira em 27/03/2012
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