Crônica do bom humor
De todas as estratégias que conheço para atrair bons fluídos, bons negócios e boas companhias, manter o bom humor é a mais infalível delas, uma arma poderosa para quem deseja manter distante a ingrisia e todo tipo de energia negativa que vez por outra teimam chegar próxima da gente.
O bom humor é tão poderoso que antes da existência dos fortes medicamentos para combater males como a depressão, a literatura revela que os médicos aconselhavam aos pacientes a deitar, olhar para cima e ficar procurando motivos para sorrir.
Se o paciente ficava curado, eu não sei, o que sei é que é visível a sensação de bem estar que o bom humor provoca naqueles que o cultivam.
Tem gente que reclama que as rosas têm espinhos; e se tiram os espinhos, também reclama porque os espinhos não têm rosas. Essa frase, da qual desconheço a autoria, revela o perfil de grande parte das pessoas que ao deixar de cultivar o bom humor espanta, afasta, cria antipatia. Ninguém quer ficar perto de quem só reclama da vida e de todos, o tempo todo.
Conheço gente em Imperatriz que ganha, no bom sentido, os outros só com o bom humor e com a aura positiva que cria vai tocando a vida. Uma dessas pessoas é o Luís Paraíba, do Brasão. Quem em Imperatriz já não ouviu o famoso bordão “Figuraaaa maaaximaaaa” seguida de uma gargalhada extremamente original.
Paraíba chegou a Imperatriz anos atrás praticamente na lona e hoje é um próspero comerciante, mas não é agora que quero falar dele não é de outro Luís, o Luís Paraense ( foto abaixo)
Luis Aires Lima, o Luis Paraense, natural de Marabá (PA) é viúvo e não esconde de ninguém o par de chifres que levou da finada. Ao invés de ficar chorando nos cantos pelo chifre e pela morte da mulher, encarou tudo com bom humor, abriu um bar cujo principal ingrediente é alegria e o bom humor. Impossível sair de lá sem umas boas risadas. “Fui corno 18 anos” diz ele com uma boa gargalhada.
O Paraense fica na Rua da Lua, na Vila Fiquene, é freqüentado praticamente só por homens. No final de semana Luís compra 30 quilos de carne, assa e distribui, gratuitamente, entre os fregueses.
Confusão? Ele diz que é muito difícil de acontecer, mas já aconteceu e igualmente como a história do chifre ele encarou na boa, no bom humor: mandou fazer um facão (inofensivo) de cerca de dois metros e sempre que alguém tenta brigar ele costuma exibir a arma.
É só mostrar o facão que tudo termina em risada com os eventuais brigões fazendo as pazes ali mesmo.
Luis Aires de Lima, o paraense, a personificação do bom humor.