CIDADE GRANDE

CIDADE GRANDE

Meu nome é Mario, tenho vinte e cinco anos, olhos azuis, cabelos negros e tenho 1,70 de altura sou contador de uma cidade pequena do interior. Outro dia fui convidado por um amigo o Carlos para trabalhar em São Paulo aceitei na hora.

Comprei a passagem fui direto para São Paulo horas de viagem cheguei no terminal de ônibus fui ao balcão de informações e perguntei onde ficava a rua do endereço que meu amigo Carlos me deu, a moça explicou, você pega o ônibus fora do terminal agradeci e sai.

Quando sai a procura do ponto de ônibus não tinha imaginado o tamanho da encrenca que tinha me metido, prédio alto, policia para todo lado, barulho de buzinas dos carros as pessoas comendo seus lanches nas lanchonetes e nos barzinhos do outro lado da rua, a realidade das grandes cidades, mendigos revirando latas de lixo para ver se encontravam alguma coisa para comer, algum pedaço de lanche que eu ou você jogou fora, porque estava de barriga cheia e que, para ele será de grande valor, porque vai matar um pouco da sua fome, pois há dias não come nada, pessoas que nem eu vieram de longe tentar a sorte.

A minha alegria de estar em uma cidade grande estava diminuindo cada hora que passava, mas continuo com meu passeio, escuto um grito Socorro! Socorro! Polícia acabei de ser assaltada por dois pivetes, levaram minha bolsa com todo meu dinheiro que acabei de tirar do banco, era para pagar as contas o que vou fazer agora?

Continuo a andar e fico maravilhado com as coisas que as pessoas fazem para ganhar dinheiro, fingem que são estátua e se mexem uma vez ou outra, e as pessoas dão um trocado, e assim vão ganhando a vida, do outro lado grita o vendedor, um cd por cinco e dois por dez, falando: o meu é melhor.

Porque é melhor são piratas, porem não tenho nada a ver com isso, todos tem que ganhar seu dinheiro.

E lá vou eu, subo rua, desço rua, fico admirando a arquitetura e penso comigo mesmo olhando aqueles prédios, aqui é que esta o dinheiro, na cidade você vê o povo da periferia que vem para gastar seus trocadinhos que sobrou do pagamento, descobri que tem um lugar que compra roupas, mais baratas, mas quem tem dinheiro vai para o shopping comprar roupas de grife, de tênis importado.

A tarde vai chegando e o cansaço também, descido acabar com minha viagem, quando estou indo para o ponto para pegar o ônibus e para o endereço do meu amigo, vejo um homem correndo levantando as calças, olho na viela e vejo uma garota desesperada e que me pede ajuda, acabei de ser estuprada me ajuda moço.

Leve-me para casa estou desesperada, por favor, pergunto. Onde você mora, qual seu nome? Meu nome é Maria e o seu qual é, me chamo Mario. E Mario fala é melhor irmos a delegacia para você fazer um boletim de ocorrência e fazer corpo delito, Maria diz, preciso avisar minha mãe deve estar preocupada, porque eu estou demorando vamos comigo, por favor, Mario, depois vamos a delegacia prestar queixa.

A noite chega, cansaço que já era grande estava pior, minutos depois estávamos na delegacia levando Maria que tinha sido estuprada para fazer corpo delito e prestar queixa, e o policial fala e faz perguntas: como ele era? Que altura tinha? E se tinha visto o rosto dele para mandar os policiais atrás, e com esse lengalenga amanheceu o dia, e nada de pegar o cara, falo com o delegado, posso levar ela para casa, e se o senhor tiver alguma informação nos informe, por favor. Chegando na casa da Maria a levo para o quarto para descansar, porque a noite foi uma tortura para ela, converso um pouco com sua mãe e dou tchau agora vou procurar meu amigo, vou para o ponto espero um pouco, lá vem o ônibus dou sinal e entro no ônibus entra numa rua sai em outra sobe ladeira desce ladeira horas depois chego no endereço.

Carlos estava me esperando preocupado, e me perguntou: Onde você estava Mario? você disse que chegava ontem e vem chegando agora.

Olha Carlos cheguei agora porque aqui só tem doido você me tirou do meu sossego para trabalhar aqui, dizendo cidade grande, grandes oportunidades e um monte de bla bla bla agora antes de você querer me enrolar de novo você vai me levar para um aeroporto de carro porque de ônibus aqui não ando mais, e ponto final Carlos.

Chegando no aeroporto Mario falou para Carlos, me desculpe se algum dia você quiser sossego vem para minha cidadezinha, tchau.

Paulo Pereira

PAULO PEREIRA
Enviado por PAULO PEREIRA em 24/01/2007
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