Papa da crítica

O Papa revelou com suma sapiência a sua preocupação vetusta para com o comunismo dizendo em outras palavras o que todo mundo já sabe: esse negócio de marxismo não dá mais em cuba. Aproveitou para alfinetar o marxismo com seu vodu sagrado, colocando-o precavidamente e concomitante a próxima crítica contra o abominável narcotráfico. Na condição de poderoso diplomata do céu ressalta que o Brasil devia deixar de lado o sincretismo religioso.

Fico imaginando alguém que pudesse dizer algo ao Papa como: o senhor devia parar com esse negócio de posar de humilde em meio ao ouro puro que jorra da sua confissão religiosa. Cristo era um carinha hebreu humilde de dar dó. Ou ainda: sexo não faz mal, faz filho. Camisinha evita a morte precoce até de beatos que mal resistem a doce tentação do ato reprodutivo. Lembre que é através do ato reprodutivo, com suas brincadeiras e variações primárias, que a humanidade alcançou a população atual. Essas bobagens incautas que só ficam coradas aos ouvidos de um Papa. Qualquer pessoa simples sabe que o catolicismo está atualmente tão incerto quanto o marxismo em Cuba. Tanto quanto Jesus ser alguém exclusivo do patrimônio miliardário do catolicismo romano. Mas são outras mitologias.

Também devemos culpar a senilidade por conta de tais circunstâncias. Fidel castro está debilitado e talvez disposto até a freqüentar as missas inéditas em Cuba. Para recondicionar a sua alma a poética juvenil nada franciscana. Moço ele diria ao Papa muitas verdades sobre Cuba estar mal das pernas em termos de liberdade e economia. Na juventude talvez quisesse libertar as freiras do celibato quando esposou idéias marxistas próprias na luta em Sierra Maestra.

Sua Santidade está pouco ligando para as mulheres que optam pelo aborto e morrem apodrecidas em clínicas clandestinas. Tanto faz, pois não deviam ter abortado. Para o Papa as pessoas que se drogam estão num nível abaixo da condição humana. Passa por cima de milhões de drogados numa boa, empregando um jogo de retórica que é a parte mais entusiástica de todo credo. Credo que se apossou historicamente das coisas vindas do oriente. A igreja quer os drogados no inferno e vinho não é droga. Ayuasca para Daime também não.

O que faz um homem se dirigir aos demais como se dentro da sua casa nada existisse historicamente de errado? A fé é tudo o que encobre a verdade em nome da fantástica ilusão de coisa, reflete em nome de São Sartre.

Pois ele viaja o mundo, recolhe divisas e dorme um soninho adorável após ter servido as tropas de Hitler na tenra idade. Seria melhor que santificasse o ilustre Marquês de Pombal como a mais doce contradição dos fatos.

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Recado: Bolivianos, não masquem coca. Americanos esqueçam os chicletes. Brasileiros, parem de misturar às crenças. Padres lembrem Gusmão, não subam aos céus em balões de aniversário. Ops. Tudo pelo amor de Deus.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 24/03/2012
Reeditado em 25/03/2012
Código do texto: T3573552
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