A VERDADE AO AMIGO.
Monnerat, meu amigo, vc já é meu amigo, pelas afinidades e pelo sangue do meu querido Antonio José. Deus e seu santo filho, o Cristo, tenham ele em paz, calma e iluminação espiritual permanentes. Merecedor ele foi, com sobras.
Postas de lado as ideias do“Frei” Beto, que bateram de frente com o governo a que aderiu, o do mensalão, vamos às suas verdades que vc envia. Existem três verdades, a de um, a de outro, opositor no caso, e a verdade absoluta.
Verdade na história humana é como felicidade, relativa. A verdade absoluta é que nascemos inocentes e que vamos um dia morrer em matéria, o resto é discurso.
“publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres...”,diz o Frei;
E é, pois concentra a busca refinada do que se entende como melhor. Não é didática de alcance, meditação indicada, se nem adultos têm condição de meditar, indicá-la a crianças, induzir crianças a fazê-lo é mirífico; o Frei divaga, patina no concreto e escorrega no sonho.
A educação do Tibet e sua tradição são restritas, é preciso estar compatibilizado com o que acontece no mundo, e aceitar, dirimindo até o razoável. Ser monge é universo de poucos integrantes. Realidade não faz mal a ninguém.
“O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista”, como diz o Frei, é um dado de difícil alcançar, e cabeças alinhadas nesse sentido fogem da regra principal: a história caminha com suas conquistas e posições, e o homem quer ascender materialmente enquanto vivo, alguns , e poucos, se dirigem à espiritualidade e na sua busca. Não podemos nos afastar da realidade com pregões distantes do possível. É preciso, já seria muito, que todos fossem corretos, mesmo dentro de suas aspirações materiais.
Não faz mal colocar os pés no chão e ver como caminha a humanidade.
Diz o Frei,“Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse”.
Aí está a contradição, monges não precisam de amizades, sua autoestima é valor secundário, inexiste, estresse é fato que nunca deles se aproxima.
Penso que os fatores indispensáveis são outros, ser útil, trabalhar e amar.
Trabalhar e amar, o que é fundamental para viver, trazem estresse, ser útil por vezes também.
São meus modestos pensares, que com seu consenso vou transformar em crônica.