A MISSÃO SUBLIME DO MAGISTÉRIO
Quem não se recorda das doces professorinhas que nos acompanharam aos bancos escolares?
Sentíamos-nos como aves desgarradas, arrancadas do convívio familiar.
Mas pouco a pouco este desconforto, privando-nos do aconchego familiar, foi amenizando e já nos comunicavam-nos entre amiguinhos e professores, com bastante alegria e principalmente a harmonia e respeito que no meio familiar foi bastante preconizado.
Que doces lembranças da Irmã Clotilde no 1º ano do Jardim da Infância como na época era chamado, que não se cansava e pacientemente me tentava ministrar aulas de enquadramento de fitas em tabuleiro, e eu avessa a trabalhos manuais não saia do início.
Lembro-me com saudade da hilária Irmã Ludjera que com objetos de pano, pássaros etc., nos fazia fecharmos todas as janelas, pois os pássaros poderiam voar e fugir e nós na inocência dos nossos 6 a 7 aninhos acreditávamos.
Já entramos no curso ginasial de 1 a 4ª série.
Estávamos com 11 anos recém-comemorados.
Como posso esquecer-me da Irmã Cecília, francesa de nascimento que ministrava com objetividade e largo conhecimento da língua francesa, tudo que deveríamos conhecer sobre os costumes de sua terra natal, e não se dava por vencida se não fizéssemos o célebre biquinho (RSS), como fazem os que convivem com a língua.
Reconheço que foi graças à competência e dedicação da minha professora de latim, iniciando-me no convívio da língua do Lácio, que foi o alicerce básico para compreendermos melhor as noções de sintaxe da nossa língua portuguesa, e lamento que com a Reforma do Ensino o Latim tivesse sido abolido e a dificuldade que iriam encontrar no futuro os Acadêmicos de Direito ao escrever erradamente num texto: Justicia no lugar de Justitia.
A inesquecível Irmã Célia que com grande capacidade e bondade nos ensinava tudo sobre nossa língua Pátria e a minha alegria quando minhas redações eram corrigidas e ela solicitava que eu viesse à frente das alunas e lesse em voz alta o que eu havia escrito.
Lembro-me bem que ela enfatizou a tendência poética que em mim percebeu quando eu escrevi aos meus 12 aninhos de idade: QUE UM REGATO TRANSPARENTE E PISCOSO, SERPENTEAVA NO VERDE VIÇOSO DA PLANÍCIE.
Já fizemos nosso vestibular para entrarmos na faculdade de Direito na sua Esteves Junior.
Nas provas de conhecimento geral Latim e Francês tiveram força majoritária para que eu conseguisse o 1º lugar.
Quanta saudade dos meus bondosos e eficientes professores, hoje infelizmente já falecidos que ministraram as diversas cadeiras que completavam o currículo escolar da época.
Com que sabedoria o nosso professor no 1º ano de Direito Civil: PEDRO DE MOURA FERRO ministrava as suas aulas e era bem grande a minha dificuldade em assimilar diferenciações entre Direito subjetivo e objetivo, noções de moral e ética os dois centros interligados entre si.
Já nos anos seguintes tivemos aulas de Direito Processo Civil, sabiamente ministrado pelo Desembargador: OSMUNDO DA NÓBREGA, que não permitia que ninguém fizesse uso de lembretes e eu modéstia a parte estudiosa como sempre tinha sido, sentava-me na primeira carteira da sala, e orgulhosamente transcrevia o que minha memória continha e nem me preocupava com meus colegas do fundo da sala, que se debatiam em responder as questões apresentadas.
Destaco também as aulas ministradas de Direito Romano, Direito Administrativo professor: João de Souza Cabral e Medicina Legal pelo médico legista: Doutormadeira Neves.
A todos eles o meu pranto de gratidão pelos ensinamentos tão religiosamente recebidos.
Agora o meu voto de repúdio pela maneira indiferente onde educado e educadores se digladiam em sala de aula.
Muito se deve a falta de estruturação familiar que não conscientiza seu filho em manterem-se fiel ao que lhe foi orientado: respeito às pessoas e não os ferindo no que tem de mais sagrado: o amor próprio.
São lamentáveis termos de expor essa situação caótica que existe no nosso meio estudantil.
Professores que com um salário inferior para poderem atender suas necessidades básicas de sobrevivência, sofrem diariamente de ataques maléficos e escárnios de seus alunos.
Onde estão os ensinamentos da família?
Nosso Ministério de Educação e Cultura parecem dormir em BERÇO EXPLÊNDIDO, enquanto a
falta de respeito e amor ao próximo, campeiam em todas as escolas.
Pais educado é pais civilizado...
Como nossos descendentes conviverão com esta mazela no nosso ensino escolar?
Que atitudes terão num futuro não muito distante: NOSSOS NETOS E BISNETOS?
É uma pergunta que não posso calar...