A confraria dos loucos

ARENA ESPECIAL P/PSILOS

CONFRARIA DOS LOUCOS

Impressionante a falta de cerimônia de algumas pessoas que exercem o livre direito de opinar e não conhecem os seus limites, e bons modos. Exageram na dose de impropriedades. Exibem publicamente, um grau de "stress", que mesmo em escala menor, não pode definitivamente se tornar um instrumento para agredir gratuitamente o semelhante. Podem ser velhos ranzinzas cheios de frustrações e revolta ou podem ser garotos escabrosos, rebeldes “orkutianos” fantasiados de “Chamaeleo chamaeleon”, que esfolam suas vítimas com a marreta da arrogância embalada por alguma habilidade, mas sempre sem assinatura e assim pedras são atiradas e vidraças são quebradas.

Mais impressionante ainda imaginar o cotidiano desses humanos, e como eles se comportam com os seus familiares, amigos, ou num cinema, num teatro, numa sala de aula, ou em sua empresa, seja empregado ou empregador, ou até mesmo numa igreja, ou, atualmente pelo excesso de facilidades, nos sites da internet, recheados de blogs e murais de recados.

São pessoas que geralmente se auto-denominam anjos com corações aveludados mas de repente, se transformam, quem sabe, num Dr. Lecter, aquele psicopata vivido no cinema por Anthony Hopkins, uma verdade que o cinema retratou muito bem e o faz desde os tempos de Alfred Hitchcock.

Portanto, quando as cortinas da vida se abrem, sempre existirá na platéia, algum bicho doido soltando seu veneno como se fosse uma cobra. Ele faz parte da confraria dos loucos que somos todos nós, pobres mortais inseguros, gananciosos, sobreviventes de alguma explosão maluca e que nos deixa eternamente inquietos e com aquela sensação de nunca estar satisfeitos. Talvez a rotina seja uma fábrica de inconsistência e a fé cega seja o único porto seguro daqueles que optam pela preguiça mental. Quem sabe as duas sejam irmãs gêmeas, mas com reações diferentes, a primeira com sabor de ”coragem” e a segunda com o perfume da “esperança”?

E nesse grande teatro, cada espetáculo é reservado a um grupo de pessoas especiais que se alternam, ora no palco, ora nos bastidores, ou na arquibancada ou em camarotes especiais, com o direito de exercerem naturalmente suas funções.

Muitos de nós somos atores de menor importância nesse estágio, que assumimos esporàdicamente a função de pequenas autoridades ou estagiários aprendizes da arte de viver e representar ao mesmo tempo e assim, todo dia tem espetáculo, sim senhor. Como estagiários nesse plano de vida, nossa remuneração é a sorte. A evolução é pra poucos.

E nos grandes eventos e espetáculos de gala que criamos, vemos a nitidez da escala hierárquica da sociedade (ou divisão de classes sociais), com suas diversas representações se faz presente e os pavões sempre estão ali para humilhar os frangos de “pescoço pelado” e que, pra compensar são bons de briga, mais nada. É uma guerra fria de vaidades, eterna por si só, mas sangrenta pela sobrevivência do ego. Eu diria que os “frangos de pescoço pelado” não reconhecem a psicopatia como doença, contrariando a teoria do Dr.Hervey M. Cleckley. Psiquiatra do Medical College da Geórgia, USA. Citado por um desses navegantes de murais, (comentarista de cadeira cativa no anonimato cruel).

Temos que conviver também com os eternos guardiões, robustos, fortes, arrogantes, fardados ou não que cuidam da segurança daqueles que transitam pela vida, e existem os “vendedores de pipocas e balinhas” com a sua pequena e relativa importância ou ainda aqueles que ficam por ali, “eternamente sem função, resmungando e reclamando de tudo com uma espécie de aneurisma parcial” e se dizem possuidores de uma bondade e compreensão extrema, mas depois agridem e na base do subtendido gritam por socorro e por alguém que desligue os aparelhos (eutanásia). No jogo da vida, o psicopata também tem seu lugar garantido na vitrine, mas mesmo lá, são desprezíveis.

Acredito que as pessoas tenham que passar por todas essas funções encarando a normalidade desses estágios, seja na grande sala de espetáculos, ou como dizem alguns, no trem da vida, tenham que estar sempre preparadas para conviver em sintonia, mas nunca estão.

Os do palco terão que decorar seus textos, os da platéia terão que sintonizar os aplausos,

Os dos camarotes, estarão sempre preocupados em aparecer e nem sabem por que estão ali. E assim, cada um de nós devidamente preparado para sua função vitalícia, teremos que ter a sobriedade para subir ou descer as escadas das alternâncias, resultado de espasmos de competência e talento ou da simples ausência destes, no vigor da preguiça ou numa espécie de prática da psicoembriopatia camaleônica. E nos bastidores estão os mais perigosos lobos aguardando incautos com seus “corações aveludados”. E os anônimos das cortinas e dos holofotes é que traiçoeiramente podem se tornar os psicopatas e agressores, mesmo que seja um jovem que atingiu a maturidade precocemente. Ficam irados porque trabalham muito e não aparecem, nada merecem e não são convidados para entrevistas e quando gritam muito são demitidos ou censurados. Portanto, garotos mimados podem também se tornar psicopatas.

Nosso pequeno mundo está passando por transformações incríveis. Estamos vivendo a plenitude da comunicação e tecnologia e o jogo das palavras desenha o palco das ilusões.

-------------------------------------------------------------------As verdades, que eu não sei por que, são ditas

e as mentiras que não se quer dizer, mas são pronunciadas de forma abusiva e escancarada.

-------------------------------------------------------------------

Os sonhos que se gostaria de sonhar, se contrapondo com os pesadelos que a todos fazem acordar.

Os amores em seqüência, gerando desilusões pelos excessos cometidos.

-------------------------------------------------------------------

E bem dentro do refrão e dito popular, todos aqueles que comem melado, se lambuzam.

Somos portanto, vitimas de excessos, desde o desrespeito ao Presidente da República, até a mais sórdida e pequena mentira com números que são retirados de um chutômetro cruel para figurar na lista das estatísticas e percentuais maldosos.

A inveja do vizinho, a maldade do jornalista omisso ou mentiroso. A greve de fome de um herdeiro das Cruzadas. O patrão que finalmente descobre que o funcionário de férias tem mais valor ou não tem valor algum. O fiel e ardoroso crente que chega a triste conclusão que quatro pegadas na areia nunca existiram nos caminhos de sua solidão e de seu abandono, sua incompetência ou sua incontrolável dependência filosófica ou até mesmo química.

Sem falarmos no grande lixo eletrônico que circula pela internet e que tem como garotos propaganda nada mais nada menos, aqueles que se julgam nossos amigos.

É o momento crucial onde os domadores se confundem com as feras.

Estimular lutas é a função desastrosa da imprensa que sobrevive de inferninhos, mas faz parte da natureza humana: Pedestres x motoristas, Católicos x evangélicos, Homens x mulheres, idosos x jovens, patrões x empregados, louras x morenas, Brasileiros x Argentinos, Judeus x Palestinos e a guerra simulada covardemente vai fazer crescer o público na arena e o Ibope da telinha do poder paralelo.

E nas calçadas da fama da vida, os novos ricos que riem da CPMF, destroçam os nossos ouvidos com um “nóis vai” ou um “nóis pode” pronunciando essas agressões com se estivessem comendo um pedaço de pudim (ou pamonha, como queiram) e sorrindo sarcàsticamente, se metem dentro de uma caminhonete à diesel e no pára-choque ainda escrevem por escrever, “Jesus Cristo é o meu senhor”.

E em sendo um jogador de futebol, ao marcar o gol, uma reverencia a Jesus, agradecendo a bola na rede, como se o goleiro fosse um ímpio, um inimigo que merecesse a humilhação de buscar a redonda no fundo das redes, ou como se fosse um ateu renegado por aqueles que se julgam donos da verdade ou da bola.

A grande mentira é que atualmente estamos sendo treinados e condicionados para ignorar todos os adjetivos que nos levem à prática ou escolha do virtuosismo independentemente de segmentos e que agora estão em segundo plano para realçar fragmentos pré-moldados da sociedade, que surgem de lideranças políticas ou malditas ONGs de intenções duvidosas para se tornarem um grupo de super protegidos ou até mesmo em muitos casos, mercenários ou zumbis da sociedade.

Mulheres, homossexuais, negros cotistas, grupos religiosos que sonegam impostos, pecuaristas, sem terra, sem teto, aposentados, onde todos vestem uma camiseta da mesma cor, com os mesmos dizeres e caminham obedientes (tal qual cordeiros de Deus ou zumbis ou nos versos de Castro Alves) nas trilhas desertas da ideogênia, sempre em busca de protecionismos tangíveis e materiais, já que os divinos sempre são abstratos e não enchem barriga.

A bolsa do futuro foi inventada há milhares de anos pelo vaticano, vendendo a vida depois da morte, por muito mais que 30 moedas e a grande ironia são os desdobramentos dos fluxogramas e organogramas da igreja e os milhares de desgarrados que optam pela fé, correndo desesperadamente atrás de resultados imediatos, freqüentando novas casas e seitas menos formais e reconhecidamente mercenárias fundadas por falsos apóstolos dissidentes digamos, da arte de propagar a fé sem os exageros do terrorismo bíblico.

E assim, no palco representativo da vida, o pedantismo daqueles de toga, de colarinho branco ou com o chapéu do academismo ou reinado das especialidades, daqueles que se tornaram escravos bem remunerados do saber e na platéia, a ala que finge que gosta, e bate palmas. Mas a grande massa que sempre fica lá fora nas ruas, não viu e não ouviu e assim, a elite que também é platéia, sabe que continuará intacta. A seu serviço e financiado por ela, tem o pluralismo religioso, muito convenientemente estimulado após a 2a. guerra para propagar o fanatismo, e a repulsa ao livre pensador (ateu ou agnóstico) e o incentivo ao individualismo de Rambo.(a falsa idéia de que sozinho se pode resolver tudo).

E então surge o lobo mau de coração sedoso e traiçoeiro que pula na arena para se alimentar de psilos ariscos.

Mas contra esses lobos estarão sempre de plantão os frangos de pescoço pelado, bons de briga. E você caro leitor? Que posto ocupa nessa confraria de loucos?

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 23/03/2012
Código do texto: T3570418
Classificação de conteúdo: seguro