OS SEM PISO

O Brasil está se caracterizando por ser o "País dos Sem". Com "S", porque com "C" o trabalhador nem vê no seu salário. Virou nota de luxo e quando o cara pensa que pegou alguma, lá vai ela voando para pousar em outras plagas. Tem os Sem Terra, os Sem Teto, os Sem Emprego, os Sem Agasalho, os Sem Refeição, os Sem Noção e por aí vai...

Agora, da explorada classe dos trabalhadores em Educação, surgiram os Sem Piso. Que poderiam também ser chamados de Sem Chão uma vez que governos de vários Estados da Federação puxaram o tapete, ignorando completamente a Lei Federal e as sentenças judiciais. Aliás, aquele ditado "A Justiça tarda mas não falha" nunca esteve tão atual. Aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, temos uma Lei de 1998, não cumprida pelo ex-governador Antonio Brito, que obrigou os professores a entrarem com processos na Justiça. E o que aconteceu? Os atrasados, que só podem retroagir a cinco anos, são sucateados de tal forma, que o professor acaba tendo que aceitar uma terça parte do que o Estado lhe deve para poder ver a cor do dinheiro antes de morrer. Os processos se arrastam em ritmo de tartaruga e, enquanto isso, o professor é obrigado a lançar mão do cheque especial, dos créditos consignados que, quando enfim (aleluia!) o dinheiro é liberado, ele não vê nem a cor. O Banco já comeu tudo...

A continuar assim, o alunado logo, logo, terá em sala de aula a visão do inferno: professores com punhos puídos, sapatos rotos, banguelas e com prenúncios de demência.

Giustina
Enviado por Giustina em 22/03/2012
Reeditado em 13/08/2014
Código do texto: T3569930
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