SAUDADES DO PRIMÁRIO
SAUDADES DO PRIMÁRIO
Ainda me lembro, muito claramente, quando era menino e ia pra escola. Camisa branca, calça curta azul marinho, meia branca até o joelho, o grande passo doble da Vulcabrás e em dias de ginástica, era assim chamada a educação física, o tênis branco de lona, mais tarde substituído pelo Ki-chute.
A mala preta repleta de livros e cadernos todos muito bem encapados, com plástico transparente e etiqueta colada com nome, número e série.
Na chegada, como ainda hoje, era uma barulhada, mas ao tocar o sinal todos corriam para fazer as filas que eram organizadas do menor para o maior e com os braços esticados media-se a distância do colega. Assim organizados íamos caminhando para as salas de aula, comandados pelo mestre, em que cada um tinha seu lugar e sua carteira.
O professor, um ícone, fazia a chamada e podia-se ouvir o zumbir de um mosquito, tal era o silêncio. Não se perdoava a bagunça, e quem ia para a Diretoria, sabia que ia levar umas palmadas ao chegar em casa, sem contar o castigo mortal, que era ficar dias sem jogar futebol, bolinha, espeto, pião.
No recreio não existia cantina, cada um levava seu lanche, normalmente um pão com manteiga e uma banana.
A aula era puxada, desde Português, passando pelo Latim e Francês. História, Geografia, Matemática e Educação Moral e Cívica, não havia quem não soubesse cantar o Hino Nacional. Havia também aula de Religião.
No 7 de Setembro tínhamos que desfilar e existia também a Olimpíada entre as escolas, que era uma festa para todos.
Enfim, a escola educava, nos ensinava além das matérias, a ser organizado, limpo e respeitoso com os mais velhos, com os colegas e também com os símbolos nacionais.
Acima de tudo, o professor era um Deus, respeitado, temido, mas extremamente dedicado a transmitir conhecimentos.
Pena, que perdemos valores tão importantes para a cidadania e por consequência para fazermos de nossa terra um grande país.