Casa de avós

Tenho um amigo que certa vez escreveu uma espécie de receita para casa de avós. Estou com ele: casa de avós requer características especiais. É conveniente que a casa dos avós não seja perto da nossa, mas que possamos ir para lá a cada dia festivo. E que, ao chegarmos, encontremos os avós bastante ocupados com suas atividades domésticas. Ao nos cumprimentar, é essencial que eles digam o quanto estamos crescidos.

Recomenda-se que a casa dos avós seja constituída de móveis de madeira muito antigos, e que não são mais fabricados. Devemos nos sentar em cadeiras imperiais enquanto nossa avó nos serve algum doce. O avô deve sentar na ponta da mesa e contar alguma história muito curiosa acontecida com ele na década de 50. É necessário conversar sem pressa. Também é fundamental falar sobre doenças, remédios e tratamentos dos nossos avós.

Sempre que possível, a casa dos avós deve ter um sótão – acessível através de uma escada que range muito. Lá em cima devem estar todas as coisas que nossos tios brincavam e que provam que um dia já foram crianças. Em algum lugar, deve haver uma divertida cadeira de

balanço. O lugar deve ser explorado enquanto brincamos com nossos primos. E tudo, tudo na casa dos avós, deve estar envolto em um grande ar de mistério e encantamento.

Henrique Fendrich
Enviado por Henrique Fendrich em 22/03/2012
Reeditado em 22/03/2012
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