Rua dos Fundadores
Posso enxergar meu avô Herbert sentado à sua mesa enquanto escreve – e uma alegre canção alemã toca em algum lugar. Ele também gostava de história. Um dia perguntei onde ficava a Rua dos Fundadores. Era uma pergunta à toa. Mas ele ficou intrigado: não se lembrava dessa rua. A dúvida virou um grande problema e ele foi buscar um mapa antigo.
Ajeitou os óculos e começou a examiná-lo com paciência. Mas não encontramos nenhuma Rua dos Fundadores. Meu avô disse que não iria desistir, que iria levar a questão para alguns amigos, e que alguém, certamente, saberia me dizer onde ficava a bendita rua.
Mas não precisou: a sua paixão pela história e a presteza com que me ajudava eram suficientes. Pouco importa que a Rua dos Fundadores não tenha sido encontrada, que jamais seja descoberta, que tenha ficado no esquecimento, que não tenha nunca existido.