SÍNDROME DE DOWN
Perímetro cefálico acima do limite superior da normalidade, esta foi a observação que encontrei no ultrassom da minha primeira gravidez há treze anos. Assustada, levei o exame à minha ginecologista que me alertou haverem duas interpretações: ou meu filho seria portador de uma síndrome, ou tinha uma cabeça grande. Até a data do próximo exame que seria realizado na capital, duas semanas se passaram. Nestes quinze dias tive sensações e emoções variadas, às vezes sentia rejeição por puro preconceito e medo de encarar a situação, outras vezes sentia um amor totalmente entregue e uma dedicação pelo meu filho não me importando como ele seria.
Estive na porta da APAE da minha cidade e fiquei observando as crianças, algumas famílias depositavam seus filhos ali como se fosse um momento de alívio. Vi também cenas enternecedoras de mães acarinhando os seus filhos e passando através do olhar a mensagem de que tudo ficaria bem e ao final da tarde estariam ali para buscá-los. Olhava para minha barriga enorme, sentia meu filho se mexendo e pensei que aquela seria a rotina que nos aguardava.
No dia do exame, enquanto aguardava na sala de espera, foliei uma revista e me deparei com a foto de uma linda criança portadora de síndrome de down. Li toda a reportagem e entrei para a sala tranquila, agradeci a dádiva de ser mãe e me deitei para se examinada. O médico me deu a notícia que meu filho era normal, não era portador da síndrome de down. Não posso negar que me senti muito feliz, que mãe não quer ouvir esta notícia. A partir desta data senti que me transformei e o preconceito se desfez, tive uma experiência linda, não acho que aquelas duas semanas foram em vão, ponderei o fato de estar gestando uma criança especial e me preparei para recebê-lo.
Hoje é dia mundial da síndrome de down, dia de se livrar do preconceito e aceitar estas pessoas especiais como seres normais.
Os portadores de síndrome de down possuem uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais e não devem sofrer o preconceito de pessoas que possuem uma alteração de caráter produzida pela presença de um orgulho a mais.