O CARROSSEL DA VIDA
Era uma família numerosa composta dos pais, avós e de nove irmãos, residindo numa pequena cidade do interior.
Aos domingos quem os visitasse e compartilhando do delicioso almoço ali servido numa enorme mesa, com bancos para que todos sentassem, era uma confraternização perfeita.
Não se ouviam queixumes, recriminações muito menos aquela fisionomia triste, abatida denotando que nem tudo vai tão bem assim.
Todos escutavam e participavam daquele encontro familiar e domingueiro sem restrição de idade, crença que pudesse impedir a forma participativa de interação.
Ouviam-se canções das terras de além- mar e cada um espontaneamente apresentavam seus dotes vocais.
O almoço só terminava à tardinha, quando o sol lentamente baixava no horizonte, e um por um com aquele abraço amistoso, despedia-se daquela família acolhedora.
E o carrossel da vida girando...
Mas uma imprevisível parada fazia com que o carrossel não girasse para ser retirado um dos que ali haviam permanecido por décadas e que ocupassem o lugar, aqueles que iam chegando.
E assim girava o carrossel da vida, trazendo tanta alegria e felicidade que com o movimento o ar se deslocando, dava a impressão daquela aragem fresca, repousante naquelas tardes de domingo.
Décadas passaram.
Uns nascem, outros irão ao encontro do Criador.
A vida será sempre um eterno: NASCER E RENASCER.
E foi assim que encontramos num domingo de outono, aquela família não mais tão numerosa, pois muitos já estavam nos braços do Criador, e outros já crescidos procuraram a cidade grande, para poder prosperar e encontrar a mesma felicidade, que encontraram naquela cidade do interior.
O encontro parecia fazer reviver as lembranças e a saudade chegava de mansinho ao ser recordado aqueles domingos de outrora.
Nada foi esquecido, mas divinamente lembrado e o CARROSSEL DA VIDA: girando, girando...