APÓS UMA EXTRAÇÃO, UMA DISTRAÇÃO DE UM DENTISTA
Quando a gente pensa que viu de quase tudo de erro médico, depois deste caso inusitado de um dentista, podemos constatar que este tipo de displicência (e incompetência) ainda perdura em vários setores da medicina, infelizmente.
O dentista em questa presta (ou prestava) serviços num Posto de Saúde aqui da Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, orgulha-se de ser considerado um cirurgião-dentista bem conceituado, cujo nome já até foi estampado nos jornais e revistas por ocasião do sequestro e assassinato da jovem Eloá pimentel, em outubro de 2008. Naquela fatídica e trágica ocasião, ele atendeu a jovem Nayara que também fora vítima de um tiro, mas sobreviveu. Então como o caso foi amplamente noticiado, ele guardou os recortes de jornais e revistas daquela época, talvez para se vangloriar e guardar como recordação pelos cinco minutos de fama. E tudo isto sempre ele faz questão de estampar a parede de algum consultório onde ele presta serviço odontológico, é óbvio. Até aqui, tudo muito bonito e importante para o ego do tal dentista. Só que, como todo o ser humano sempre está sujeito a cometer erros, ele também não estava isento disso.
O senhor Miguel, dono de uma quitanda bem abastecida aqui do nosso bairro, precisou dos serviços deste profissional. Antes mesmo de ser atendido, ao perceber aquelas fotos na parede, não teve a menor dúvida: estava sob os cuidados de um renomado dentista. Ao ser chamado, entrou, sentou, abriu a boca e teve um ou dois dentes extraídos. Que beleza! Não sentiu nada, graças à anestesia. Em seguida, vem a segunda parte: chegou a vez da sutura. E foi aí que o "importante" dentista se distraiu. Costura daqui, costura dali e deu o tratamento como encerrado. Até, aparentemente, tudo muito bom, muito bonito. Como estivesse ainda sob o efeito da anestesia, o quitandeiro nada percebeu de errado, a não ser, quando já em sua residência, ao tentar se servir do macarrão instantâneo, eis que encontrou grande dificuldade para abrir a boca e foi aí que percebeu que os pontos foram aplicados além da sua gengiva, costurando consequentemente a metade da sua boca. E enquanto regressava ao Posto de Saúde, pensava com os seus botões: "Mas que serviço malfeito? Agora, mesmo que quisesse falar algo daquele dentista, dizendo inclusive que ele era famoso e coisa e tal não conseguiria, mas pelo menos tentaria sussurrar meias palavras do tipo assim: incompet..., irrespons....etc etc.
Ao contar tal façanha, agora depois do susto, ele dá risada de boca aberta, literalmente, depois que o tal dentista a descosturou.
Joboscan