Eis a questão...

  Sou mulher. Ponto.

Não é necessário gritar aos quatro cantos do mundo,fazer passeatas,
movimentos, para afirmar minha alegria feminina. Sem contar que isto
não mudaria nada. Abomino esta história de comemorar o dia da mulher.
Abomino porque sei que nesta sociedade dúbia é preciso pisar com muita
cautela para  enxergar além do discurso, e não acabar num emaranhado  muito confuso, onde por exemplo, ana- girafa significa outra coisa e não uma simples cabeleireira que se sente orgulhosa de ser...  Ana-girafa, sem contudo ser nem uma coisa nem outra... Os novelistas que o digam!

Não posso me orgulhar de ser mulher, e não,  hummm... Um chimpanzé? Tal orgulho não constituiria uma discriminação do chimpanzé?? Não escolhi ser mulher, nem o chimpanzé pode fazer sua escolha, embora do jeito que as coisas andam...
 Acredito que pelo menos alguns escolheriam continuar sendo chimpanzés...


Quando me descobri, e foi da forma mais corriqueira e banal como costuma ser, soube que era um ser sexuado e por acaso do sexo feminino. Vi que isto era bom. Não me lembro de ter ficado estufada de orgulho. Apenas excitada. Mais tarde, aprendi que, se puder ter  algum orgulho, é de ser capaz de ajudar na construção de um mundo melhor para toda espécie,  inclusive dos chimpanzés.


Há momentos, (digo isto baseada em cenas que tenho visto) em que me ponho a pensar... Tanta polêmica sobre ser ou não ser...

 Creio que tem filósofo que deve estar revirando na tumba...
                    Eis a questão.