Quando se ama.......

Quando se ama, tudo fica mais fácil.

É um lugar-comum. Pena que, exatamente por isso, seja tão difícil de se colocar em prática. Talvez, até mesmo impossível, em razão de medos atávicos de cada personalidade. Ora, direis, isso é confuso, e eu respondo não, não é. Alguém aqui, de certa forma oculto sob pseudônimos, ousaria declara um amor homo-afetivo? Isso, assim, sem pestanejar? Duvido, e muito. Percebam que a afetividade não implica em envolvimento sexual, mas estamos de tal maneira condicionados pela mídia em geral a associar a palavra ao sexo, que nos esquecemos da semântica própria dela. Já falei sobre isso num texto anterior*. Ocorre que, se declararmos amor a alguém, pelo fato da palavra "amor" também estar carregada de um simbolismo erótico, poderemos ser acusados de diversos crimes como pedofilia, abuso, prevaricação, invasão, etc. Nem mesmo aqueles que recebem tais declarações estão na maior parte das vezes preparados para aceitá-la, e seus circunstantes, companheiros, pais, filhos, etc., tenderão sempre a levar aquilo como abuso. Nem mesmo a psicanálise deixou de rotular os amores filiais como complexos sexuais de Édipo ou de Electra. Aliás, a exacerbação do impulso sexual como motor das reações humana começou com Freud. Imaginem se eu ficar postando comentários no RL para os homens em que amo o humor intrínseco de seus escritos. Virarei gay por isso? E se eu disser às inúmeras mulheres que amo sua inteligência, a sua sabedoria, o seu equilíbrio e seus desvarios? Acaso serei um tarado por isso? Se eu tiver de responder a isso, nada do que está escrito aí em cima, nem a simplicidade dos meus sentimentos terá sido compreendida. Por esta razão esta cronica não cita nomes, para não constranger aqueles e aquelas que com certeza se identificarão com meu amor declarado. Sintam-se todos os envolvidos, homens e mulheres, amados incondicionalmente pela brilhante mente que possuem.

* Homo-afetividade sim - Viadagem não publicado em maio/2011