Poucas palavras
Não ando afim de falar muito.
Não ando com paciência.
Não sobra nada que ainda falte ser dito, na verdade.
E eu também não ando afim de ser repetitiva.
Só para variar um pouco, já que quase sempre sou eu quem fala, repete, se esgoela.
Estou cansada, sem voz e sem palavras. E sem vontade também.
O vazio de dentro me invadiu e roubou meu alfabeto.
Meu tão precioso alfabeto.
Não me vem nada à mente e o que a cidade me diz é altamente inspirador.
Me sacia. Me implica, me sacaneia. Me delicia.
As poucas palavras que ainda tenho, raspo do fundo de mim e despejo aqui.
Para não me deixar esquecer totalmente de quem sou.