SEGUNDO DIA COM OS AMIGOS / PRAÇA DA GRAÇA- PARTE 4
Como esforçada anfitriã acordei antes de meus amigos para administrar o desjejum caprichado com os quitutes de nossa região. Tapioca, cuscuz, bolo de fubá e macaxeira, beijus, bolo frito, rosca de goma, coalhada e suco de caju. A manteiga era de garrafa feita da nata do leite. O arroz de leite e o mugunzá também faziam parte do cardápio. A nossa culinária é fortemente influenciada pelas condições geográficas e econômicas do local e recebe a contribuição indígena, africana e portuguesa.
Eles experimentaram de tudo um pouco. Nossos quitutes foram aprovados e elogiados pelos visitantes. De câmara e laptop na mão eles começaram planejar o dia. Ficou acertado que faríamos um “tour” pelo centro da cidade começando pela Praça da Graça.
No caminho fui descrevendo um pouco de nossa história para responder algumas indagações dos amigos turistas. Parnaíba está localizada na bacia hidrográfica do Rio Parnaíba é uma cidade litorânea, com aproximadamente 150.000 habitantes, a segunda mais populosa do estado, perdendo apenas para a Teresina, a capital. Chegamos à Praça da Graça.
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Praça da Graça
A Praça da Graça é o coração da cidade de Parnaíba. É histórica, passou por várias reformas e é bastante arborizada. Belas carnaúbas se destacam entre o grande espaço verde. É ponto de encontro dos aposentados que vão jogar dominó, dama ou mesmo conversa fora. Foi construída no século XVIII. A princípio era chamada de Lagoa da Onça porque as águas da chuva ficavam empossada em parte de seu terrano formando um lagoa. Depois que começou a tomar jeito de praça com jardins, recebeu o nome de Passeio Público.
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Nos anos 30 recebeu o nome Nossa da Graça em homenagem a padroeira da cidade Nossa Senhora da Graça. Ela era dividida em dois grandes espaços cortada por uma pista onde trafegava os meios de transportes local: carros, bicicletas, motos, carroças, etc. Um lado era chamado Landri Sales (militar cearense que foi interventor do Piauí entre 1931/1935) e o outro Largo do Rosário. Nessa época contava com um lindo coreto e uma pérgula. Era o ponto de encontro dos jovens, que davam voltas na praça, namoravam na pérgula e apreciavam a charanga tocar no coreto.
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No final dos anos 70 , quando era prefeito da cidade Batista Silva, sofreu uma grande reforma que não agradou a população criando grande descontentamento para os filhos da terra porque depois de pronta muito espaços foram eliminados, como a pérgula, a rua que dividia as duas praças e deixou muito a desejar. Atualmente, no mandato do Prefeito José Hamilton Furtado Castelo Branco (2012) está sendo recuperada porque estava cheias de buracos e muito descuidada.
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Mostrei para meus amigos a Catedral de Nossa Senhora da Graça uma linda e antiga construção que data de 1770 que fica na Praça da Graça. Seu estilo é barroco apesar de ter sofrido algumas alterações na reforma de 1936. Eles ficaram encantados com os arcos da porta central e das duas laterais de pedras roseo de cantaria.A pia batismal também é feito de cantaria e outros arcos internos em pedra de Lioz. No teto tem desenhos belíssimos. No Altar – Mor fica a imagem de Cristo Rei, e no centro em um nicho com ornamentação em talha dourada, está a imagem portuguesa de grande valor de Senhora da Graça. Na capela do Santíssimo Sacramento estão os restos mortais dos Dias da Silva. Simpício Dias da Silva participou do movimento pela independência do Piauí em 19 de outubro de 1922 e foi o fundador da catedral. A Catedral segundo a historiadora in memorian Maria de Penha Fonte e Silva, “é um relicário histórico pelas belezas artística que encerra; e principalmente pela extraordinária repercussão que sempre manteve nos mais empolgantes feitos da história parnaibana”.
Do outro lado da Praça, no antigo Largo do Rosário, fica a Igreja do Rosário, uma das mais antigas de Parnaíba e conta os historiadores que ela foi edifcada para os escravos, evitando que ele frequentasse a mesma Igreja dos ricos, ou seja a Catedral de Nossa Senhora da Graça. Sua fachada é simples, sem detalhamento e data do século XIX.
Meus amigos turistas chamaram atenção do marco zero que também fica na Praça da Graça. Ele foi edificado no ano de 1930 na gestão do então Prefeito Mirócles Véras. Marco da distância da cidade de Parnaíba para as outras cidades.
A Praça da Graça é rodeada de bancos, lojas, escritórios, prédios públicos, alguns modernos e outros permanecem com sua antiga arquitetura. Vou continuar apresentando todo esse espaço aos meus amigos. Aguardem.
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Parte 4 do Livro “O Quinto” que está em fase de produção e sendo transcrito para o Recanto na proporção que escrevo. “O Segundo dia dos Amigos – Praça da Graça 2” – deverá ser a Parte 5.
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Beiju – espécie de bolo de tapioca ou farinha de mandioca/Caju – fruto suculento e rico em vitamina C. É composto de duas partes: castanha e o fruto de grande valor nutritivo./Canjica - milho verde ralado com açúcar e leite de côco. Servido quente polvilhado com canela/Cuscuz – massa da farinha de mandioca ou de milho ou da mistura de ambas, temperados com sal e cozidos a vapor./Mungunzá - milho cozido em água e com leite de côco, açúcar, cravo e servido quente com canela./Tapioca – beiju feito com goma de mandioca umedecida e temperada com sal.