Piracicaba acordou órfã
“A primeira vocação de cada um é a de “ser gente”, ser humano plenamente, para depois estar preparado para fazer escolhas, como: profissão, casamento e tantas outras vocações, que nos esperam ao longo da vida! O homem precisa manter o seu valor e a sua dignidade. A revista Time escolheu São Francisco de Assis como; a personalidade do milênio. Young, diz que, temos arquétipos que não queremos deixar de jeito nenhum, exemplo: o despojamento, a gratuidade etc. Precisamos pensar então, neste humanismo em nós e ter maturidade para discernir e escolher unidades de valores que nos façam crescer como: HUMANIDADE.
As nossas neuroses, nossos repentes, a troca de valores em nossa vida faz com que, nós, humanos, não sejamos capazes de optar seriamente, corretamente nas escolhas das nossas vidas!”
Estas são algumas anotações que fiz durante os anos em que fui privilegiada por suas aulas. Ele sempre ensinou sobre o valor de escolher a humanidade; como caminho a trilhar durante a vida. E, esta humanidade foi acolhida por ele e humanizada na sua vida. Ele foi meu Mestre e Pai. Estou duplamente órfã! Em nove meses perdi o Pai que me deu a vida e me carregou no seu amor, e, perdi o Pai que me ajudou a ganhar humanidade.
“Quem me vê, vê o Pai.” disse Jesus a Filipe. “A “homenização” de Jesus é o protótipo do homem no mundo, deste modo viveremos um novo humanismo no resgate da civilização do homem no amor.”
Frei Augusto Girotto fez parte da minha vida nas alegrias e nas tristezas. Ele abençoou a minha vocação matrimonial. Ele foi amigo e pai nos momentos em que a fragilidade tomou conta do meu corpo durante longos anos de tratamento de saúde, e, Frei Augusto foi meu professor na essência plena da palavra.
Deixo aqui um dos ensinamentos de meu querido “Pai Espiritual” anotado durante os seus ensinamentos: “O Ser Homem é a nossa vocação mais importante, estamos muito descuidados com a nossa pessoa humana (nos corrompemos facilmente).”
Com a morte de Frei Augusto Girotto e a sua grande humanidade; eu acordei órfã. Piracicaba acordou órfã!