Rogério aos 3 meses - Foto de Amilcar Azevedo
O FILHO MAIS DESEJADO
Nascido a 12 de março de 1963, Rogério, nome escolhido pelo Amilcar, que sonhava ter um filho, mas, por ter feito uma cirurgia de hidrocele testicular, temia não ser possível. Quando recebemos o resultado positivo do teste de gravidez, ele chorou feito criança.
No dia em que nasceu, recebi lindas rosas vermelhas e uma pulseira de ouro, em reconhecimento pelo que o pai chamou de milagre, o seu renascimento em um filho.
Com oito dias de nascido, fui surpreendida pela buzina insistente de um carro à porta. Abri a janela e Amilcar gritou: - Vamos dar um volta com Rogério! Eu disse que era muito cedo, que o filho era muito novinho para sair a passeio. – Eu te ajudo até o carro e depois trago ele. Juntou a ação às palavras e quando percebi já estava sentada no banco da frente da Rural William, que acabara de ser comprada, com minha criancinha ao colo.
Havia tempo ele sonhava comprar aquele carro e naquele momento o estreava ao lado do filho. O carro novo de duas cores, branco e verde-água, tração nas quatro rodas, bem espaçoso, com bastante lugar para levar esteiras, cadeiras, cesta de piquenique e churrasqueira para a Praia do Olho D’água.
Foi um breve passeio. Saímos da Travessa da passagem, passamos pela Praça João Lisboa, descemos a Av. Magalhães de Almeida, passamos pelo Mercado Grande, chegamos à Rua do Passeio voltando, fomos até à Praça Deodoro e pegamos a Rua da Paz voltando para casa.
Então, Amilcar desceu, abriu a porta da casa, pegou Rogério ao colo e me apoiou para descer do carro. Mazoca, a enfermeira que me acompanhara na maternidade, por medo do pai que lhe trocassem o filho no berçário, e que iria ficar comigo os primeiros trinta dias, saiu à porta reclamando: - Onde já se viu, sair a passeio com a mulher parida de oito dias e o filho, neste calor que está fazendo hoje! - Calma Mazoca, é o primeiro passeio dele. Mas, quando fizer dezoito anos vai ganhar o carro mais bonito que tiver à época.
Infelizmente, Amilcar faleceu quando ele tinha dezessete anos, mas, já dirigia a Brasília da mãe. Do pai herdou o dinamismo, a força de trabalho e a paixão por carros.
Benedita Azevedo
Praia do Anil, 14/03/2012
O FILHO MAIS DESEJADO
Nascido a 12 de março de 1963, Rogério, nome escolhido pelo Amilcar, que sonhava ter um filho, mas, por ter feito uma cirurgia de hidrocele testicular, temia não ser possível. Quando recebemos o resultado positivo do teste de gravidez, ele chorou feito criança.
No dia em que nasceu, recebi lindas rosas vermelhas e uma pulseira de ouro, em reconhecimento pelo que o pai chamou de milagre, o seu renascimento em um filho.
Com oito dias de nascido, fui surpreendida pela buzina insistente de um carro à porta. Abri a janela e Amilcar gritou: - Vamos dar um volta com Rogério! Eu disse que era muito cedo, que o filho era muito novinho para sair a passeio. – Eu te ajudo até o carro e depois trago ele. Juntou a ação às palavras e quando percebi já estava sentada no banco da frente da Rural William, que acabara de ser comprada, com minha criancinha ao colo.
Havia tempo ele sonhava comprar aquele carro e naquele momento o estreava ao lado do filho. O carro novo de duas cores, branco e verde-água, tração nas quatro rodas, bem espaçoso, com bastante lugar para levar esteiras, cadeiras, cesta de piquenique e churrasqueira para a Praia do Olho D’água.
Foi um breve passeio. Saímos da Travessa da passagem, passamos pela Praça João Lisboa, descemos a Av. Magalhães de Almeida, passamos pelo Mercado Grande, chegamos à Rua do Passeio voltando, fomos até à Praça Deodoro e pegamos a Rua da Paz voltando para casa.
Então, Amilcar desceu, abriu a porta da casa, pegou Rogério ao colo e me apoiou para descer do carro. Mazoca, a enfermeira que me acompanhara na maternidade, por medo do pai que lhe trocassem o filho no berçário, e que iria ficar comigo os primeiros trinta dias, saiu à porta reclamando: - Onde já se viu, sair a passeio com a mulher parida de oito dias e o filho, neste calor que está fazendo hoje! - Calma Mazoca, é o primeiro passeio dele. Mas, quando fizer dezoito anos vai ganhar o carro mais bonito que tiver à época.
Infelizmente, Amilcar faleceu quando ele tinha dezessete anos, mas, já dirigia a Brasília da mãe. Do pai herdou o dinamismo, a força de trabalho e a paixão por carros.
Benedita Azevedo
Praia do Anil, 14/03/2012