MÉDICOS CURAM?

Tem dias que fico me culpando por ver televisão! Sempre imaginei que a televisão fosse um meio de entretenimento e cultura, mas cada dia que assisto algo muda esse conceito: ou é uma máquina de fazer bitolados ou doentes psicológicos, como a tão famosa síndrome do pânico!

Mas não estou aqui para “conceituar” a televisão, se bem que ela, enquanto veiculo de comunicação nos traz as “notícias” de como anda a saúde publica neste País.

A última denuncia é a venda de gabaritos para os vestibulares das grandes instituições da área de medicina. Isso assusta? Não a mim! Já quando eu fazia vestibular, tive uma oferta dessas. Claro que não tinha nem dinheiro para tal feito, além de querer outra área menos concorrida. (Opa! Isso quer dizer que eu o faria? Na época, creio que sim, já que não via as conseqüências de tal fato, como vejo hoje... Deficiências da juventude, eu diria!)

Agora que a maturidade me alcançou e que há tempos tenho visto meus entes queridos mais velhos indo de encontro ao mundo astral (claro, uma visão espiritualista) e que tenho sentido na pele os problemas dos atuais médicos e assistências médicas, vejo as faltas, desmandos e incapacidade profissional e administrativa da área médica.

Creio até que hoje em dia os médicos não mais fazem o juramento de Hipócrates. O juramento agora deve ser de Hipócritas!

Hoje morre-se porque a tal ambulância do SAMU não atende as ocorrências (para que elas existem? Será que não é para justificar as falcatruas ou lavagem do dinheiro público?). Morre-se na porta de hospital por falta de atendimento, já que o médico de plantão não está presente ou como ele está cansado, tirando uma soneca, alega que o caso não é tão grave que não se possa esperar. Morre-se porque a assistência médica quer economizar exames, diminuir custos, afinal eles precisam ter hospitais suntuosos para “chamar cliente”. Chamar cliente??? A preocupação não deveria ser com vidas, com pacientes?

Morre-se nas mesas de cirurgia por falta de médicos capacitados (claro, a maioria comprou seu “passaporte” para o status de médico), morre-se porque o médico esqueceu a tesoura, o algodão, a luva cirúrgica e outras “cositas mas” dentro do cliente... Opa, paciente!

Paciente? Temos é que ter paciência com tudo isso. Não. Nem todos precisam ter paciência. Basta ter dinheiro. Se for dólar, melhor ainda. Porque isso tudo não acontece em hospitais particulares, caríssimos, diga-se de passagem!

Aí sim, existem os médicos mais competentes que conseguem até prolongar a vida de pacientes terminais, afinal o lucro que eles trazem...

O difícil é estar na faixa social/econômica daqueles que precisam do tal SAMU, ou até mesmo das porcas assistências médicas hoje existentes. E falo de carteirinha na mão! Aquela das empresas de medicina atuais.

Acho que a única coisa que nos resta é deixar um testamento. Qual o que! Pobre tem o que para deixar além de parentes ou dívidas? Temos é que deixar somente a tristeza de viver numa sociedade que não mais honra qualquer profissão, muito menos à vida pela qual Hipocrates, se vivo, estaria envergonhado de ter virado um juramento!

Santo André, 14/03/2012 – 16:15h

Enloucrescida
Enviado por Enloucrescida em 14/03/2012
Código do texto: T3554012
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