O ano em que o mundo não vai acabar!
Depois de tantas sandices sobre o “fim do mundo”, que já mudou de data algumas vezes, inclusive, (Nostradamus foi só um dos malucos) que deve acontecer certamente em algum momento da história segundo o Judaísmo, Islamismo e, para o Cristianismo, no dia do Juízo Final. Deixem-me dar o MEU parecer sobre como não vai ser o fim do mundo, mas talvez, apenas talvez, o fim da espécie humana (Serei chamado de profeta também daqui a alguns anos? Espero que apenas de maluco. Um título bem mais interessante.).
Tá, então, suponhamos que os seres humanos sumirão - a não ser que a NASA consiga construir um flat com dois quartos, cozinha, sala de estar, banheiro, sacada, vista para praias Californianas, quintal, e que envie ainda Angelina Jolie e Brad Pitt para repovoamento. Mesmo assim, teríamos um problema: a supracitada abandonar a reprodução e ficar adotando ETs pela galáxia.
Vamos começar esquecendo todas essas bobagens sobre o calendário Mesoamericano, Planeta Nibiru, e aquele megatsunami de bobagens hollywoodiano de nome 2012, acreditem, assisti e me arrependo amargamente toda Santa Noite. Agora vamos para algo completamente diferente! Seguinte, faremos uma viagem espaço-temporal, uma vez que a NASA não consiga construir o dito flat ou criar uma lei contra a adoção de extraterrestres, aqui vai o que não vai acontecer, mas bem que poderia.
...Nas primeiras décadas do século XXI houve, além de muitas mudanças tecnológicas, transformações sociais e comportamentais. A economia mundial vivia o seu melhor momento em toda a história da humanidade; o mercado de exportação de países desenvolvidos e até dos subdesenvolvidos alcançavam níveis altíssimos de lucro levando em consideração sua produção, gerando também facilidades nas relações diplomáticas e burocráticas para importação e exportação.
Nossa que parágrafo chato!
Começarei de novo...
Tudo ia assaz bem na economia mundial, porém que a galera do campo estava migrando para a cidade já era notável em todos os continentes do planeta (até mesmo as vacas saíram do campo para buscar autonomia vendendo leite fresco em frente a fábricas de sapato e clubes noturnos, estes o principais consumidores de leite fresco do mundo).
Agora estamos no ano de 2052, ninguém mais vive no campo. As pessoas substituíram quase que completamente o campo pela cidade, que se tornaram, na sua grande maioria, metrópoles em potencial. Empresas de grãos, verduras, frutas e carne diminuíram sua produção, fazendo com que uma mesma empresa detivesse o controle da produção dos mesmos. Enquanto isso, a população bitolada demais nem tem tempo para perceber a decadência e a falta de esmero com que os produtos são produzidos para o consumo mundial. Acontece que o mundo vive de fast-food, logo não notam diferença. Poucos são os que ainda cozinham ou sabem plantar uma alface que seja. Por capricho, dizem, alguns possuem fazendas de fim de semana para o lazer. Empresas na Europa, Asia e América já oferecem o fast-food lunch para que os funcionários almocem na empresa mesmo e não percam tempo no imenso trânsito que se instala nas metrópoles. O problema-solução é que o tal almoço oferecido se trata de um hambúrguer e uma coca-cola.
Ao chegar em casa casais, mãe solteiras e solteirões preparam o famoso fast-steak para a janta. Muito parecido com o charque do sul do Brasil, mas agora com um gosto sintético e que pode ser preparado em menos de 1 minuto no micro-ondas. O que fazem com o resto do tempo? TV e Internet, ora bolas. São mais de 600 canais oferecidos pela TV de assinatura e 200 pela TV aberta, além de milhares de joguinhos para computador e filmes de pedofilia legalizados pelo governo mundial.
Sendo assim, a preocupação para com a alimentação fora deixada de lado e a carne tornou-se a principal fonte de proteína. Com o passar dos anos e da exacerbada demanda mundial, no ano de 2080, a única e maior empresa exportadora de carne não consegue dar conta da demanda e logo as grandes nações ditam as regras do jogo para os países subdesenvolvidos: Deem o seu jeito para conseguir carne! Virem-se!
Devido ao fato de pouquíssimos ainda saberem como plantar e a maioria, mesmo tentando, não conseguir voltar aos antigos hábitos, milhares morrem de fome. Uma aliança é feita pelos países subdesenvolvidos que ameaçam as grandes potências, caso não haja uma distribuição justa dos alimentos produzidos pela empresa McSteak.
Os ataques dos países subdesenvolvidos são esdrúxulos e logo são subjugados por Brasil e China, as duas maiores potências mundiais. Como não há modo de conseguir a carne, pessoas dos países subdesenvolvidos alimentam-se de animais domésticos como gatos, cães, peixes, entre outros, incluindo até mesmo insetos, exceto na China onde os estranhos bichinhos já são há alguns séculos um dos pratos principais. Em meses um estado de caos se instala nesses países que enfrentam um número de óbitos cada vez maior.
Civis são deportados para os seus respectivos países, nenhum ser humano pode ficar em outro país que não o seu. Muitos se escondem, arriscam-se para continuar nos países onde ainda se encontra carne, sem assim, ter de voltar para o seu, subdesenvolvido, subjugado, faminto de carne e de poder. Carne agora mais do que nunca é poder.
Logo, a carne é vendida a preços exorbitantes e helicópteros chineses, brasileiros e americanos atacam elefantes africanos e mamutes da Antártida para aumentar o estoque. Cientistas tentam a todo custo produzir carne em laboratório, o que não parece dar certo. Alimentos que contenham o B-12 necessário existem, mas o organismo rejeita e demora em se adaptar, além da questão básica que é: humanos não conseguem mais suportar qualquer gosto exótico ou simplesmente diferente. Nem mesmo similar ao da carne. Estão viciados e dependem da carne, vermelha, com osso, passada, não importa – carne.
Em desespero, os EUA ataca Cuba, a fim de escravizar o país, fazê-lo sua fazenda particular. Ninguém se opõe e outras potências fazem o mesmo com seus respectivos vizinhos. Brasil com o Paraguai, China com a Coréia do Sul, Alemanha com a Polônia.
Alguns países conseguem se virar melhor que outros. Inglaterra, por exemplo, adapta-se facilmente a outro tipo de dieta em que a carne não se faz primordial. A frança com o passar do tempo consegue o mesmo. O Tibet e o Japão também não têm problemas devidos à alimentação, mas sim, fronteiriços. Milícias chinesas avançam em busca de carne humana, seja no Tibet, seja no Japão, Laos ou Índia. São muitos e o que é pior, bem armados.
Tibet e Japão pedem ajuda à ONU para conter os chineses, mas não obtém resposta. Em 2108 vários países já haviam sido completamente exterminados e chega ao ápice o maior caos que o planeta terra já presenciara. As grandes potências mundiais atacam umas as outras em busca de alimento, quer dizer, carne humana. Em 2109 não existe mais nação, não existe povo, mas sim apenas alguns remanescentes do que um dia fora chamado: planeta terra.
Certamente não é assim que o mundo vai acabar.