SISTEMA COMUNITÁRIO

O ataque do homem contra o homem chegou a um nível que podemos comparar a um árduo trabalho de subsistência. Traficar e assaltar igualou-se a uma profissão... isto é insustentável, insuportável...

Sou do tempo em que passear na praça, andar na praia, sair na rua, chegar de madrugada em casa, não vinha acompanhado de nenhum temor de encontrar um “lobo” que lhe quisesse roubar o que você portava... E hoje isso é feito a qualquer hora, e, na maioria das vezes, ao custo de uma vida...!

Eu ainda ouço dizer que a Sociedade precisa dar, aos presos, um tratamento mais humano e digno nos presídios.

Então me pergunto: e as pobres "ovelhas" trabalhadoras, que vivem na miséria, mas mesmo assim são honestas, qual tratamento merecem receber da Sociedade...?!

Precisamos exigir as cabeças daqueles que desviam dinheiro público... Barbárie?!... Não foram eles que enforcaram e esquartejaram Tiradentes?... A desgraça maior é que esse poder corrosivo vem margeando gerações hereditárias... Os “lobos” pagam-se altos salários, cercam-se de mordomias, criam leis que os protegem e tornam legais suas falcatruas... isso sim é barbárie...!

Há tempos, muitos vêm pedindo o controle de natalidade, pois o nível de desemprego não é somente um forte indicador de desequilíbrio econômico, mas também um causador de desespero social, que aponta apenas um caminho como saída: o da criminalidade.

Com isso surgiram dois tipos de bandidagem, além daquela citada acima, uma que rouba com violência e outra que trafica.

A justiça se faz de cega, notoriamente, o legislativo de surdo, não ouve os apelos da Sociedade, o executivo se acomoda de mudo, não se pronuncia e o povo se resigna de paraplégico, sem forças para reagir...

O combate à violência é, em primeiro lugar, dar condições de subsistência decente a todos... e depois sim, quem não se comportar, legalmente, dentro desse sistema comunitário, deve ser eliminado... definitivamente. Portanto, combater a violência não é questão de polícia, que hoje se arrisca num rodízio de prende e solta, é questão de lei e justiça... igualitária... sem distinção de indumentária.

Victor Hugo já propagava há mais de cento e cinquenta anos:

“A compaixão nem sempre é uma virtude, pois quem poupa a vida do lobo, condena à morte, as ovelhas”.

... E ninguém lhe deu "ainda" a devida atenção.

Quantas “ovelhas” mais morrerão, antes que os “lobos” sejam, legalmente, abatidos...?!

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