O terceiro olho
O terceiro olho
O olho da alma. Existe, é meio míope, vista cansada, preguiçoso. Só funciona com muito treino e abre-se como uma flor na dor. Esse olho é que te faz diferente, raro e especial para o mundo dos que só tem dois olhos. Um olho sensitivo que pode ver muito além dos outros, penetrante, descobridor. Vamos ser mais claro para que o leitor entenda:
Sabes sentir a dor alheia? Eis capaz de perceber se a sua presença é positiva ou negativa? Tens compaixão e fazes alguma ação produtiva? Choras por emoção ou por saberes que podias fazer mais, depois do fato consumado? Entendes que a distância física é uma mera imposição? No xadrez da vida você sabe esperar a hora de ganhar, sem humilhar o adversário? Dividir sua alegria é por mero prazer ou sente-se feliz quando o outro desfruta dela também? Abres o melhor vinho para o amigo que gosta dele ou guardas para dizer para todos que você tem “aquele” vinho? Um pequeno gesto pode valer mais que mil palavras? Esse gesto foi seu? Você é um bom filho?
São tantas perguntas para saber do teu terceiro olho. Para que? Se com teus dois olhos é tudo tão claro, tão simples, pão pão queijo queijo. Até o amigo aí cair do cavalo e ver o mundo ao contrário, contar horas e viver um dia de cada vez, não saber e temer o amanhã. Nesse dia, caro leitor, passe sua mão na testa e procure aquele que vai nascer e te transformar em mais gente, com amor e carinho, e abrir tua mente: teu olho terceiro.
Roberto Solano